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Ásia

Sul-coreanos protestam contra governo após naufrágio

17 mai 2014 - 11h27
(atualizado às 11h29)
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Os organizadores estimam a participação em 30 mil pessoas
Os organizadores estimam a participação em 30 mil pessoas
Foto: Reuters

Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado em Seul contra o governo sul-coreano por resposta com relação ao afundamento da embarcação Sewol, uma tragédia que completou um mês e que deixou mais de 300 mortos ou desaparecidos.

Os organizadores estimam a participação em 30 mil pessoas, enquanto a polícia local desdobrou cerca de 10 mil soldados para controlar os protestos e evitar incidentes, segundo informou a agência local Yonhap.

As manifestações foram convocadas por cerca de 500 grupos e associações de todos os tipos, entre eles a Federação Sul-Coreana de Sindicatos e Partidos da oposição, e começaram na praça Cheonggye da capital para terminar diante da Prefeitura, onde fica um memorial de lembrança das vítimas.

Entre os manifestantes há parentes dos desaparecidos, com os quais se reuniu ontem a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, para pedir desculpas e reconhecer que o governo administrou mal o incidente.

"Peço de novo desculpas pela insuficiência" na resposta do Executivo, comentou Park a um grupo de parentes das vítimas, que foi recebido na Casa Azul da presidência em Seul, segundo declarações recolhidas pela Yonhap.

As famílias e a sociedade sul-coreana em geral criticaram a resposta do governo durante e depois do naufrágio por ser lenta, o que impediu salvar mais vidas, e também causou um grande mal-estar o fato de Seul ter oferecido continuamente dados errôneos sobre o número de vítimas.

Enquanto isso, hoje continuaram as tarefas de busca de corpos no fundo da embarcação, durante as quais os mergulhadores extraíram outro corpo que deixa em 19 o número de corpos que ainda não foram recuperados do total de 304 mortos.

Milhares de pessoas protestam em Seul contra o governo sul-coreano por resposta com relação ao afundamento da embarcação Sewol
Milhares de pessoas protestam em Seul contra o governo sul-coreano por resposta com relação ao afundamento da embarcação Sewol
Foto: Reuters

Das 476 pessoas que viajavam no barco, só 172 se salvaram e já foram recuperados 285 corpos, a maioria de estudantes de 16 e 17 anos de um instituto de Ansan, na periferia de Seul. As autoridades planejam retomar as tarefas de busca durante as próximas horas, após suspendê-las na primeira hora do dia devido às forte ondas e ao vento.

Além disso, prossegue a investigação sobre as causas do acidente, após a detenção na quinta-feira passada do capitão e outros três tripulantes, acusados de homicídio por supostamente abandonar o barco e recusar dar a ordem de evacuação aos passageiros, aos quais pediram que permanecessem no interior durante o naufrágio.

Os resultados provisórios da investigação apontam que a causa do naufrágio pôde ser uma mudança brusca de direção que deslocou a carga do Sewol para um lado e provocou sua desestabilização até afundá-lo em aproximadamente uma hora.

Além disso, a embarcação levava mais do que o dobro da carga permitida.

EFE   
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