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Ásia

Tailândia: agência abre processo contra ex-premiê

Se for considerada culpada pelo crime de corrupção, Yingluck poderá ser banida da política por cinco anos; a ex-primeira-ministra foi destituída pela Corte Constitucional por abuso de poder

8 mai 2014 - 13h10
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<p>A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, cumprimenta seus partidários ao sair do Escritório de Defesa de Bangock, em 7 de maio</p>
A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, cumprimenta seus partidários ao sair do Escritório de Defesa de Bangock, em 7 de maio
Foto: Reuters

A agência de combate à corrupção da Tailândia indiciou nesta quinta-feira a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra sob a acusação de negligência, decisão que surge um dia depois de uma corte a destituir do cargo e pode acabar com suas esperanças de qualquer retorno em eleições.

Milhares de pessoas leais a Yingluck se dirigiam para a capital quando a Comissão Nacional Anticorrupção (CNA) anunciou sua decisão de levar adiante as acusações relacionadas com um malogrado esquema estatal de financiamento para a compra de arroz.

Os golpes desferidos em dias sucessivos pela comissão e a Corte Constitucional da Tailândia são os episódios mais recentes na luta pelo poder entre o establishment ligado à realeza da Tailândia e o irmão de Yingluck, o premiê deposto Thaksin Shinawatra.

"A comissão investigou se há evidências suficientes para abrir o caso. Agora nós vamos encaminhá-lo ao Senado", disse a jornalistas o presidente da CNA, Panthep Klanarongran.

Se for considerada culpada pelo Senado, Yingluck pode ser banida da política por cinco anos. Diversos outros membros de sua família e cerca de 150 de aliados de Thaksin foram banidos desde 2007.

A retirada de Yingluck do cargo pela Corte Constitucional na quarta-feira por abuso de poder ocorreu após meses de protestos às vezes violentos em Bangcoc, cujo objetivo era derrubar seu governo e dar um fim à influência de seu irmão Thaksin.

No entanto, a corte manteve o partido de Shinawatra no comando de um governo provisório para organizar a eleição geral do dia 20 de julho, para qual o partido de Yingluck é tido como favorito.

Esquema do arroz

Foco da investigação levada a cabo pela comissão anticorrupção, o esquema de subsídio ao arroz foi um programa de destaque do governo Yingluck, voltado para a ajuda a seus seguidores no meio rural e pelo qual o Estado comprava a produção dos agricultores por preços bem acima do mercado.

Mas o governo pode conseguiu vender a maior parte do arroz rapidamente acumulado, tornando-se incapaz de pagar aos agricultores.

"O esquema incorreu em enormes perdas e tinha falhas e riscos em todos os níveis, desde o registro dos agricultores à venda do arroz", disse a jornalistas Vicha Mahakun, membro da comissão.

Ativistas tanto a favor como contrários ao governo planejam grandes manifestações em Bangcoc para os próximos dias, levantando o temor de conflitos. Vinte e cinco pessoas já morreram desde o início dos protestos em novembro.

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