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Ásia

Tailândia: ministro do Comércio vai substituir premiê deposta

Nove ministros, de um total de 35, foram destituídos junto com a ex-premiê Yingluck

7 mai 2014 - 10h11
(atualizado às 10h13)
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<p>Ministro do Comércio Niwatthamrong Boonsongphaisan aborda jornalistas em Bangkok, nesta quarta-feira, 7 de maio</p>
Ministro do Comércio Niwatthamrong Boonsongphaisan aborda jornalistas em Bangkok, nesta quarta-feira, 7 de maio
Foto: Reuters

O ministro do Comércio e vice-primeiro-ministro tailandês Niwattumrong Boonsongpaisan foi nomeado hoje chefe de Governo da Tailândia, em substituição de Yingluck Shinawatra, destituída pelo Tribunal Constitucional.

"O Governo decidiu nomear Niwattumrong Boonsongpaisan primeiro-ministro interino", declarou o vice-primeiro-ministro Phongthep Thepkanjana à imprensa. "Na sexta-feira o Conselho de Ministros vai se reunir para distribuir as pastas pelos ministros restantes", acrescentou.

Thepkanjana disse que nove ministros, de um total de 35 foram destituídos com Yingluck. O Tribunal Constitucional argumenta que tanto Yingluck Shinawatra quanto os nove ministros foram destituídos por abuso de poder.

A decisão do presidente do tribunal, Charoon Intachan, afirma que Yingluck Shinawatra - contestada por movimentos popular há seis meses, "não pode continuar no cargo de primeiro-ministro para tratar os assuntos correntes", declarou, ao ler a decisão em um canal de televisão.

<p>Ex primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra dá uma saudação tradicional, ao deixar o escritório do Secretário Permanente de Defesa, em Bangkok, em 7 de maio</p>
Ex primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra dá uma saudação tradicional, ao deixar o escritório do Secretário Permanente de Defesa, em Bangkok, em 7 de maio
Foto: Reuters

O tribunal destituiu também todos os ministros implicados no caso de transferência de um funcionário, o chefe do Conselho de Segurança tailandês, depois de Yingluck Shinawatra chegar ao poder em 2011. O responsável foi reintegrado no cargo após uma ordem do tribunal administrativo.

O movimento antigovernamental continua a se manifestare quase diariamente, nas ruas de Bangcoc, apesar da diminuição do movimento desde o início da crise, em outubro passado, que já causou pelo menos 25 mortos.

Os manifestantes acusam Yingluck e o irmão Thaksin Shinawatra, antigo primeiro-ministro derrubado por um golpe de Estado em 2006 e personagem chave da política do reino, de terem criado um sistema de corrupção generalizado.

O movimento afirma que Thaksin continua a governar através da irmã, apesar de viver no exílio, e quer substituir o executivo por um "conselho popular" não eleito.

A decisão do Tribunal Constitucional tailandês já destituiu dois primeiros-ministros pró-Thaksin em 2008, e o Parlamento, que devia escolher um novo chefe do Executivo, foi dissolvido em dezembro de 2013.

As eleições legislativas de 2 de fevereiro foram invalidadas pela justiça, devido às perturbações criadas pelos manifestantes que impediram os eleitores de votar. O governo anunciou um novo escrutínio para 20 de julho, mas o decreto ainda não foi oficialmente aprovado.

Os manifestantes prometeram voltar a perturbar qualquer novo escrutínio e o Partido Democrata, principal formação da oposição que boicotou o anterior, recusou apoiar estas novas eleições. O movimento dos camisas vermelhas pró-Thaksin declarou que voltará à rua, em caso de novo "golpe de Estado judiciário", fazendo crescer o temor por novos episódios de violência.

Em 2010, os "vermelhos" ocuparam o centro de Banguecoque durante dois meses para exigir a demissão do governo no poder, antes de um assalto do exército.

Com mais de 90 mortos e 1.900 feridos, este foi o episódio mais sangrento de um ciclo de crises políticas que levaram às ruas, alternadamente e desde 2006, os inimigos e os defensores de Thaksin.

O milionário, no exílio para escapar à prisão por fraude financeira, continua a personificar a divisão do país, entre as massas rurais e urbanas desfavorecidas do norte e nordeste, que lhe são fiéis, e as elites de Banguecoque, que gravitam em torno do palácio real e consideram Thaksin uma ameaça para a monarquia.

Agência Brasil Agência Brasil
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