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Ásia

Tripulantes de naufrágio são acusados de homicídio em Seul

15 mai 2014 - 02h15
(atualizado às 02h26)
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A Promotoria da Coreia do Sul acusou de homicídio nesta quinta-feira o capitão e três membros da tripulação da balsa Sewol, que naufragou há quase um mês no litoral sudoeste do país, por supostamente não terem seguido os procedimentos de evacuação dos passageiros e abandonado o navio, deixando mais de 300 pessoas presas em seu interior.

O capitão Lee Joon-seok, 68 anos, o chefe de máquinas e dois oficiais teriam se recusado a dar uma ordem de evacuação para os passageiros e, ao invés disso, comunicaram que eles deveriam permanecer no interior da embarcação enquanto os tripulantes eram resgatados, segundo a versão dos promotores.

O naufrágio da balsa sul-coreana no dia 16 de abril deixou 304 mortos e desaparecidos, a maioria estudantes de 16 e 17 anos. Tanto o capitão como os três membros da tripulação acusados hoje foram presos dias depois do acidente por terem abandonado o navio sem atender à segurança dos passageiros. No entanto, se forem condenados por homicídio, a pena de prisão será muito maior.

Após sua detenção, o capitão justificou seus procedimentos durante o naufrágio para a imprensa ao alegar que não ordenou a evacuação dos passageiros por medo de que eles pudessem cair no mar e se afogar por causa do mau tempo.

O comportamento de Lee, especialmente depois da publicação de fotografias e vídeos que mostram que ele foi um dos primeiros a ser resgatado, foi muito criticado na Coreia do Sul. Até a presidente do país, Park Geun-hye, comparou a conduta do capitão após o naufrágio com um "ato de assassinato".

As equipes de resgate continuam hoje as buscas pelos 23 corpos que ainda estão desaparecidos e que possivelmente permanecem no interior da balsa, que continua submersa nas águas do litoral sudoeste da Coreia do Sul.

O acidente, uma das maiores tragédias humanas da história da Coreia do Sul, deixou 304 mortos, dos quais 281 corpos já foram recuperados, enquanto apenas 172 conseguiram ser resgatados no primeiro dia.

EFE   
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