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Ásia

Um mês sumido, líder norte-coreano falta em novo evento

Ausência dos eventos públicos provoca todo tipo de boatos, que vão de um descanso prolongado até um golpe de Estado, passando por uma possível doença

10 out 2014 - 14h03
(atualizado às 14h25)
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<p>Kim não é visto em público desde 3 de setembro, quando compareceu a um concerto com a esposa em Pyongyang</p>
Kim não é visto em público desde 3 de setembro, quando compareceu a um concerto com a esposa em Pyongyang
Foto: AP

O dirigente norte-coreano, Kim Jong-Un, não participou nesta sexta-feira de uma importante cerimônia política, o que aumentou sua ausência da vida pública, que já supera um mês, e disparou os boatos sobre sua saúde.

A agência estatal KCNA não mencionou Kim entre as personalidades do regime que visitaram, como acontece todos os anos, o mausoléu de Pyongyang onde estão os corpos de seu pai e de seu avô, seus antecessores na liderança do país.

Mas o nome aparecia em tributos de flores colocados diante das estátuas de Kim Jong-Il e Kim Il-Sung no mausoléu do palácio Kumsusan, no 69º aniversário da fundação do partido que governa o país.

Entre os presentes à cerimônia, que teve a presença de Kim nos últimos dois anos, estava o homem considerado o número dois do regime, Hwang Pyong-So.

Kim, que tem 30 ou 31 anos, não é visto em público desde 3 de setembro, quando compareceu a um concerto com a esposa em Pyongyang.

A ausência dos eventos públicos provoca todo tipo de boatos, que vão de um descanso prolongado até um golpe de Estado, passando por uma possível doença.

O governo da Coreia do Sul, no entanto, afirma que não existem indícios de que Kim Jong-un teria deixado o comando do regime comunista.

"Há informações contínuas sobre a liderança de Kim Jong-un na imprensa norte-coreana", disse o porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Lim Byeong-Chul.

"A julgar por estas informações, parece que Kim Jong-Un continua exercendo o poder com normalidade", completou o porta-voz.

Ele disse ainda que o governo de Seul não tem informações do serviço de inteligência sobre a saúde do dirigente norte-coreano.

Em um editorial publicado nesta sexta-feira, o jornal do governo norte-coreano, o Rodong Sinmun, apresenta Kim como o "símbolo da dignidade e da invencibilidade" do partido governante.

A hipótese mais plausível é a de um problema de saúde, que teria deixado o dirigente temporariamente indisponível.

Kim, um fumante inveterado, ganhou peso desde que chegou ao poder no fim de 2011, após a morte do pai Kim Jong-il. Nas últimas imagens disponíveis exibidas pela TV ele apareceu mancando.

"Parece que teve um problema de saúde, mas não especialmente grave", disse Chung Young-Chul, professor de estudos norte-coreanos na Universidade Sogang de Seul.

"Com certeza não quer ser visto doente e com um aspecto frágil", opina Bruce Bennett, analista de temas de defesa do 'think-tank' RAND Corporation.

"O fato de parecer debilitado não é bom para um líder norte-coreano que tenta manter o controle", completou.

Na semana passada, uma delegação norte-coreana de alto escalão fez uma visita à Coreia do Sul e um de seus integrantes destacou que Kim não tem problemas de saúde.

Alguns analistas especularam que a presença do número dois do regime norte-coreano na delegação indicaria um afastamento de Kim Jong-un do poder.

A ausência de Kim chama a atenção justamente pela forte presença midiática do dirigente norte-coreano desde que chegou ao poder.

Por ocasião do aniversário do partido único que governa o país, ativistas sul-coreanos lançaram, com a ajuda de balões, quase 200.000 panfletos na Coreia do Norte com um apelo por uma rebelião contra a "ditadura hereditária" dos Kim.

Após esta ação, foi registrado um tiroteio entre os dois países na fronteira, conforme anunciou o exército sul-coreano.

A informação foi dada por um oficial do Estado-Maior que, no entanto, não soube dizer se houve vítimas.

Segundo a imprensa sul-coreana, citando fontes militares, os guardas da fronteira norte-coreanos abriram fogo contra os balões, e os projéteis atingiram o lado sul da fronteira. O exército sul-coreano disparou em represália.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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