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Assassinato de candidato à Presidência do Equador provoca suspensão de campanhas e cobrança por medidas

10 ago 2023 - 16h37
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O assassinato do candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio a menos de duas semanas das eleições comoveu o país sul-americano, levando alguns dos rivais na disputa a suspenderem suas campanhas e colocando o tema da violência crescente no primeiro plano.

Agentes de polícia no local onde foi assassinado o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, em Quito
09/08/2023
REUTERS/Karen Toro
Agentes de polícia no local onde foi assassinado o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, em Quito 09/08/2023 REUTERS/Karen Toro
Foto: Reuters

Villavicencio, um crítico da corrupção e do crime organizado, foi assassinado na quarta-feira durante um evento de campanha noturno no norte de Quito.

Um suspeito de ser autor do crime morreu mais tarde devido aos ferimentos sofridos em um tiroteio, e outros seis suspeitos foram presos até agora, disse o gabinete do procurador-geral do país. Nove pessoas, incluindo um candidato ao Legislativo e dois policiais, ficaram feridas, acrescentou.

O suspeito morto já havia sido preso por posse de armas anteriormente, disse o governo na quinta-feira, acrescentando que os outros seis eram todos estrangeiros que pertenciam a grupos do crime organizado, sem fornecer mais detalhes.

"A Polícia Nacional do Equador já realizou as primeiras detenções dos supostos autores deste ato execrável e usará toda a sua capacidade operacional e investigativa para esclarecer o motivo deste crime e seus mandantes intelectuais", disse o ministro da Justiça, Juan Zapata, a jornalistas.

O presidente Guillermo Lasso disse que o crime foi claramente uma tentativa de sabotar as eleições, mas que a votação ocorrerá conforme previsto em 20 de agosto, embora em meio a um estado de emergência nacional, com a força pública mobilizada para garantir a segurança.

Lasso também declarou três dias de luto no país.

A violência no Equador aumentou nos últimos anos, especialmente em cidades ao longo de rotas de narcotráfico como Guayaquil e Esmeraldas, onde os cidadãos dizem viver com medo.

Vários países latino-americanos enfrentaram problemas semelhantes desde a pandemia de coronavírus.

O partido Movimento Construir, de Villavicencio, rejeitou na quinta-feira o que descreveu como "uso político" de sua morte, e pediu uma investigação rápida.

O partido se referiu a um vídeo não verificado que circula nas redes sociais supostamente retratando um grupo chamado Los Lobos reivindicando a responsabilidade pelo assassinato de Villavicencio e ameaçando o candidato Jan Topic.

Nem a polícia nem o gabinete do procurador-geral responderam aos pedidos de comentários sobre a autenticidade ou origem do vídeo, que mostra homens mascarados vestidos de preto brandindo fuzis de alta potência.

"Aqueles que sentam para negociar com os bandidos, que abrem microfones para eles, que geram campanhas de medo com vídeos falsos em nome de organizações criminosas e que mentem pelo nome de Fernando Villavicencio, são os responsáveis pelo crime", disse o Movimento Construir na plataforma de rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.

O Los Lobos supostamente tem milhares de membros e está envolvido na situação violenta pela qual passa o sistema prisional do país.

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