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Assassino de Meredith Kercher prestará serviços sociais na Itália

Rudy Guede demonstrou bom comportamento na prisão

4 dez 2020 - 15h44
(atualizado às 16h02)
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O marfinense Rudy Guede, condenado a 16 anos de prisão pelo assassinato da estudante britânica Meredith Kercher, ganhou o direito de prestar serviços sociais, segundo apuração da ANSA com fontes próximas nesta sexta-feira (4).

Rudy Guede demonstrou bom comportamento na prisão
Rudy Guede demonstrou bom comportamento na prisão
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"O pedido foi deferido pelo Tribunal de Tutela de Roma em consideração ao documentável percurso educativo e humano que Guede percorreu durante os seus 13 anos de detenção", explicou à ANSA Claudio Mariani, do Centro de Estudos Criminológicos de Viterbo.

Segundo ele, ao longo dos anos, o marfinense engajou-se com o Grupo de Assistência Voluntária (Gavac) e animadores penitenciários, onde realizou seu processo de reintegração.

"Agora estamos falando de um menino que durante os meses de prisão esteve e ainda está a serviço dos mais vulneráveis da cidade como voluntário da Caritas, tornando-se um autêntico recurso da nossa comunidade", explicou Mariani.

Com a nova decisão, Guede, que estava cumprindo pena no regime semiaberto, não terá que regressar para a prisão à noite, após trabalhar como voluntário na Cáritas, organização beneficente da Igreja Católica, de Viterbo. Ele ficará em um apartamento na região, mas terá ainda que cumprir algumas regras.

O único condenado pelo crime da estudante britânica estava trabalhando durante o dia em um centro de estudos criminológicos e voltava de noite para a cadeia. O marfinense havia recebido o benefício por causa do bom comportamento na prisão e por ter se dedicado aos estudos.

A previsão é de que o fim do cumprimento de sua pena seja em março de 2022.

"Ele está muito feliz, mas, como sempre, de poucas palavras", disse o advogado Facrizio Ballarini, ao comentar que Guede só disse "obrigado" ao receber a notícia.

Relembre -

O homicídio de Kercher ocorreu em 1º de novembro de 2007, na cidade italiana de Perúgia, onde ela estudava e dividia uma casa com a americana Amanda Knox. O corpo da jovem foi encontrado degolado, seminu e com uma série de feridas, e o caso logo chamou atenção pelas circunstâncias que o envolviam.

Ao lado de Guede, Knox e seu então namorado, Raffaele Sollecito, foram acusados de matar Kercher em meio a discussões sobre a limpeza da casa e jogos sexuais que fugiram do controle - hipótese descartada posteriormente.

A beleza da americana também foi outro chamariz para o homicídio. Na Itália, ela ficou conhecida como "a diaba com rosto de anjo". O ex-casal chegou a ser sentenciado após o DNA de Knox ter sido encontrado em uma faca com o sangue da vítima e ficou preso na Itália até 2011, quando a Corte de Cassação, tribunal supremo do país, anulou o processo por falhas na perícia.

No mesmo dia em que foi libertada, a americana voltou para a casa de sua família, em Seattle. No fim de 2013, a Corte de Cassação determinou a reabertura do caso, já que a inocência dela e de Sollecito não tinha sido comprovada, culminando em uma sentença condenatória do Tribunal de Apelação de Florença em janeiro do ano seguinte.

Contudo a decisão foi novamente derrubada pela Corte de Cassação, que não viu indícios de participação de Knox e Sollecito no assassinato e os absolveu em definitivo. Já Guede foi condenado por ter invadido a casa e matado Kercher, mas ele alega que conhecia a britânica e que estava na residência a convite dela.

Segundo sua versão, o homicídio ocorreu enquanto ele estava no banheiro, após uma discussão entre Kercher e Knox.

Ansa - Brasil
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