Assassino de Meredith Kercher progride para o semiaberto
Rudy Guede demonstrou bom comportamento na prisão
O marfinense Rudy Guede, condenado a 16 anos de prisão pelo assassinato da estudante britânica Meredith Kercher, ganhou nesta segunda-feira (30) o direito de progressão ao regime semiaberto.
A decisão foi tomada pelo Tribunal de Roma, que deu autorização para Guede trabalhar durante o dia em um centro de estudos criminológicos e voltar de noite para a cadeia. Ambos ficam na cidade de Viterbo, centro da Itália.
O marfinense, que já descontou 12 anos de sua pena, ganhou o benefício por causa do bom comportamento na prisão e por ter se dedicado aos estudos. Guede é o único condenado pelo assassinato de Kercher, já que a americana Amanda Knox e o italiano Raffaele Sollecito, que chegaram a ser presos, foram absolvidos pela Suprema Corte.
Relembre
O homicídio de Kercher ocorreu em 1º de novembro de 2007, na cidade italiana de Perúgia, onde ela estudava e dividia uma casa com Knox. O corpo da jovem foi encontrado degolado, seminu e com uma série de feridas, e o caso logo chamou atenção pelas circunstâncias que o envolviam.
Ao lado de Guede, Knox e seu então namorado, Raffaele Sollecito, foram acusados de matar Kercher em meio a discussões sobre a limpeza da casa e jogos sexuais que fugiram do controle - hipótese descartada posteriormente.
A beleza da americana também foi outro chamariz para o homicídio. Na Itália, ela ficou conhecida como "a diaba com rosto de anjo". O ex-casal chegou a ser sentenciado após o DNA de Knox ter sido encontrado em uma faca com o sangue da vítima e ficou preso na Itália até 2011, quando a Corte de Cassação, tribunal supremo do país, anulou o processo por falhas na perícia.
No mesmo dia em que foi libertada, a americana voltou para a casa de sua família, em Seattle. No fim de 2013, a Corte de Cassação determinou a reabertura do caso, já que a inocência dela e de Sollecito não tinha sido comprovada, culminando em uma sentença condenatória do Tribunal de Apelação de Florença em janeiro do ano seguinte.
Contudo a decisão foi novamente derrubada pela Corte de Cassação, que não viu indícios de participação de Knox e Sollecito no assassinato e os absolveu em definitivo. Já Guede foi condenado por ter invadido a casa e matado Kercher, mas ele alega que conhecia a britânica e que estava na residência a convite dela.
Segundo sua versão, o homicídio ocorreu enquanto ele estava no banheiro, após uma discussão entre Kercher e Knox.