Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede trégua humanitária em Gaza
Assembleia Geral rejeitou condenação expressa ao Hamas em votação nesta sexta-feira, 27
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira, 27, data em que o conflito entre Israel e Hamas completa 21 dias, o projeto de resolução que garante a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e impede os deslocamentos forçados. O projeto foi apresentado pela Jordânia em nome dos Estados árabes.
O texto, que não tem valor vinculante, obteve 120 votos a favor, 14 contrários (incluindo Estados Unidos e Israel) e 45 abstenções (incluindo Itália).
Na mesma sessão, a ONU rejeitou a emenda proposta pelo Canadá, com apoio dos EUA, que condenava "inequivocamente os ataques terroristas do Hamas" de 7 de outubro e pedia "soltura imediata e incondicionada dos reféns".
Votaram a favor 88 países, contra 55, além de 23 abstenções. O Brasil votou a favor das duas propostas.
Confito chega ao 21º dia
As Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram os bombardeios à Gaza, cortando o acesso à interent e telefonia dos palestinos nesta sexta-feira, 27. A Faixa de Gaza, que já estava sem energia elétrica, sem combustível e praticamente sem água potável, agora está também incomunicável.
Com os cortes, a embaixada brasileira na Palestina perdeu contato momentâneo com grupo de 30 brasileiros que aguardam o aval do governo israelense para deixar Gaza, abrigados próximos a fronteira com o Egito.
Invasão terrestre à Gaza
A interrupção do serviço ocorre no momento em que Israel se prepara para uma invasão terrestre no território palestino. O porta-voz militar da IDF, Daniel Hagari, disse que Israel aumentou os ataques aéreos “de uma forma muito significativa” e que as forças terrestres estavam “expandindo a sua atividade” em Gaza.
Segundo a al Jazeera, “operações limitadas israelenses” já estariam ocorrendo por terra no norte de Gaza, perto da Cidade de Gaza.
Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:
Desde o início do conflito, mais de 7.326 palestinos morreram, sendo 3.038 crianças e 1.726 mulheres, e mais de 18 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 305 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
Estima-se que 220 pessoas, a maioria israelenses, foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza; apenas 4 já foram libertadas;
Em 21 dias de conflito cerca de 45% das residências de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruidas;
O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
Os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948;
Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel;
Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo;
Israel intensificou o bloqueio à Faixa de Gaza, cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza, após mais de duas semanas de conflito praticamente não há mais água potável em Gaza;
Hamas ameaçou matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
Cerca de 1.400 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2,3 milhões, sendo 47% crianças;
Bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou;
A terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada na noite de quinta-feira, 19;
Representante palestino na ONU pediu um cessar-fogo imediato;
Estados Unidos vetaram a resolução brasileira no Conselho de Segurança da ONU; textos propostos pelos EUA e Rússia também são vetados;
Preparativos para a incursão terrestre em larga escala em Gaza aumenta;
No dia 27 de outubro, a Assembléia Geral da ONU aprovou resolução que pede pausa humanitária em Gaza
Governo já repatriou mais de 1.135 brasileiros na operação Voltando em Paz;
Ajuda humanitária começa a chegar em Gaza apenas no dia 20 de outubro, 13 dias após o início do conflito.Web Story
Com informações da Ansa.