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Assistência médica em Gaza se aproxima de colapso total, diz ONU

Alerta detalha ataques israelenses contra hospitais no enclave

31 dez 2024 - 08h42
(atualizado às 10h20)
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A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta terça-feira (31) que a assistência sanitária na Faixa de Gaza está à beira do colapso devido aos ataques israelenses contra os hospitais do enclave palestino.

    "O padrão de ataques mortais de Israel em e perto de hospitais em Gaza e os combates associados levaram o sistema de saúde à beira do colapso total, com efeitos catastróficos no acesso dos palestinos à saúde e aos cuidados médicos", afirmou o relatório humanitário divulgado pelo escritório de direitos humanos da ONU.

    Segundo o documento, a ofensiva israelense provocou sérias preocupações sobre a conformidade do governo do premiê Benjamin Netanyahu com a lei internacional.

    Com 23 páginas, o relatório intitulado "Ataques a hospitais durante a escalada das hostilidades em Gaza" analisou o período de 7 de outubro de 2023 a 30 de junho de 2024 e descobriu que foram registrados 136 ataques a 27 hospitais e 12 outras instalações médicas, causando baixas significativas entre médicos, enfermeiros e outros civis, além de danos significativos, se não a destruição completa, da infraestrutura.

    Os analistas observaram ainda que o pessoal médico e os hospitais são especificamente protegidos pelo direito internacional humanitário, desde que não cometam ou não sejam usados para cometer atos prejudiciais ao inimigo fora de sua função humanitária.

    De acordo com a ONU, as repetidas alegações de Israel de que os hospitais de Gaza estavam sendo usados indevidamente para fins militares por grupos palestinos são "vagas".

    "Informações insuficientes foram disponibilizadas publicamente até agora para comprovar essas alegações, que permaneceram vagas e amplas e, em alguns casos, parecem contraditas por informações disponíveis publicamente", acrescentou.

    Para o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, os hospitais de Gaza se tornaram uma "armadilha mortal".

    "Como se o bombardeio implacável e a terrível situação humanitária em Gaza não fossem suficientes, o único santuário onde os palestinos deveriam se sentir seguros de fato se tornou uma armadilha mortal", disse ele, destacando que a "proteção dos hospitais durante a guerra é primordial e deve ser respeitada por todos os lados, em todos os momentos".

    A guerra de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 a Israel, no qual 1,2 mil cidadãos morreram. Em resposta, o governo israelense deflagrou uma ofensiva que já provocou a morte de mais de 45,5 mil no enclave palestino.

    Por fim, o relatório da ONU pede investigações confiáveis sobre os ataques detalhados e reforça que todos precisam ser independentes, dadas as "limitações" do sistema de justiça de Israel em relação à conduta de suas forças armadas. .

Ansa - Brasil
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