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Assustados, ucranianos fogem em trens lotados para Polônia

Moradores de Kiev se aglomeram em plataformas da estação e em comboios que partem da capital da Ucrânia

25 fev 2022 - 18h11
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Com a capital da Ucrânia sob ataque e temendo o confronto militar entre tropas de seu país e os russos, moradores de Kiev lotam comboios de trem que partem em direção à Polônia. Em busca de um local seguro, longe das bombas, os ucranianos se amontoam nas plataformas da estação à espera do embarque.

Um comboio que partiu no início da noite de hoje (ainda tarde em Brasília) levava famílias inteiras, jovens, crianças e idosos. A reportagem do Estadão acompanhou a fuga de Kiev até a Polônia.

Assustados, ucranianos fogem em trens lotados para Polônia
Assustados, ucranianos fogem em trens lotados para Polônia
Foto: Umit Bektas

Sem lugares marcados ou mesmo espaço nos vagões, ucranianos se espremiam até mesmo nos corredores, viajando em pé no trajeto que os levaria até a fronteira polonesa a 900 quilômetros de distância. Até Varsóvia, capital da Polônia, seriam 20 horas de viagem.

Em meio ao desespero para deixar às pressas o país e num embarque feito de forma improvisada, quem tinha alguma mala teve que jogá-la para dentro do vagão pela janela. Quando o comboio se preparava para partir, ucranianos ainda recebiam pela janela garrafas de água mineral. Uma mulher avisava: "Garotos, temos que ir. Vocês já têm os documentos. Vamos partir".

Moradores de Kiev que arriscam deixar suas casas têm se deparado com militares nas ruas

Mais cedo, o Estadão mostrou que moradores de Kiev que arriscam deixar suas casas em busca de um refúgio ou mesmo em rota de fuga da cidade têm se deparado com militares nas ruas. Com ruas desertas e sob o som de bombas, quem tenta filmar o que está acontecendo é advertido de que não é permitido fazer o registro.

O repórter Eduardo Gayer, enviado especial do Estadão à Ucrânia, foi um dos abordados nas ruas de Kiev.

Na tarde desta sexta-feira, 25, ele deixou o hotel em que estava abrigado no centro da cidade. O jornalista foi orientado a buscar um ponto mais seguro.

O hotel já tinha sido abandonado pelos funcionários no dia anterior. Tropas da Rússia ocupam o país já estão próximas à capital.

Ao deixar o hotel, o jornalista foi abordado por militares. Ele não pode registrar as imagens da abordagem porque os soldados avisaram que era proibido filmar no local. O jornalista andava a pé pelas ruas filmando e descrevendo a situação. Após a abordagem, o jornalista continuou em busca do novo refúgio.

 
Estadão
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