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Ataque a maternidade em Mariupol: entenda o 14º dia da guerra na Ucrânia

Primeira-dama ucraniana escreveu carta sobre conflito. Potências ocidentais temem uso de armas não-convencionais.

9 mar 2022 - 21h14
(atualizado às 21h44)
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Ataque a hospital infantil e maternidade na Ucrânia deixou ao menos 17 feridos
Ataque a hospital infantil e maternidade na Ucrânia deixou ao menos 17 feridos
Foto: Prefeitura de Mariupol / BBC News Brasil

Nesta quarta (9/3), 14º dia da guerra na Ucrânia, um ataque atribuído à Rússia atingiu fortemente um hospital infantil e maternidade em Mariupol, cidade portuária no sudeste da Ucrânia.

Ao menos 17 pessoas ficaram feridas, incluindo funcionários e mulheres em trabalho de parto, disse Pavlo Krylenko, chefe da administração militar ucraniana, mas não havia registro de crianças entre as vítimas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tuitou imagens relacionadas ao incidente e declarou: "Atrocidade! Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice ao ignorar o terror?".

Mais tarde, Zelensky fez um pronunciamento em que pergunta "essa foi a desnazificação do hospital?", em referência à justificativa apresentada pelo presidente Vladimir Putin para invadir a Ucrânia.

Ele também disse que o ataque é a "prova final... de que o genocídio de ucraniano está ocorrendo".

A Organização das Nações Unidas pediu que cessem quaisquer ataques a unidades de saúde, hospitais, trabalhadores da saúde e ambulâncias. "Nada disso deveria ter sido alvo, nunca", afirmou Stéphane Dujarric, porta-voz da entidade.

Foram contabilizados desde o início da guerra 18 ataques contra unidades de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O vice-prefeito da cidade, Serhiy Orlov, disse: "Nós não entendemos como é possível na vida moderna bombardearem um hospital infantil".

Sem zona de exclusão aérea

Os ministros das Relações Exteriores dos Estados Unidos e do Reino Unido concederam entrevista coletiva em Washington e foram questionados sobre a possibilidade de estabelecer uma zona de exclusão aérea, como pede o presidente Zelensky.

Liz Truss, a chanceler britânica, declarou que a melhor maneira de proteger os ucranianos é continuar suprindo armamento antiaéreo.

A Otan e potências ocidentais resistem a adotar a medida porque representaria um passo em direção a um engajamento direto no conflito.

Chernobyl sem eletricidade

Usina nuclear de Chernobyl está sem eletricidade para supervisão de protocolos de segurança
Usina nuclear de Chernobyl está sem eletricidade para supervisão de protocolos de segurança
Foto: SERGEI SUPINSKY / BBC News Brasil

A energia foi cortada na usina nuclear de Chernobyl - que está desativada, mas ainda tem seus níveis de radiação monitorados por segurança. Duas semanas atrás, tropas russas tomaram o controle do local onde ocorreu o pior acidente nuclear da história.

Autoridades ucranianas dizem que o apagão na usina é responsabilidade da Rússia e representa um perigo para as atividades de supervisão dos protocolos de segurança.

A agência da ONU para energia atômica informou que não há grandes riscos porque o combustível nuclear ainda existente em Chernobyl não atinge uma temperatura alta o suficiente para um acidente acontecer.

Armas não-convencionais

Representantes de potências ocidentais expressaram preocupação quanto à possibilidade de a Rússia fazer uso de guerra biológica, armas nucleares de baixo alcance e bombas sujas (bombas que misturam material radioativo com explosivos convencionais) - consideradas estratégias não-convencionais em uma guerra.

A razão para a suspeita de que isso seja empregado no atual conflito se deve ao histórico da Rússia de recorrer a esse tipo de armamento - notadamente a guerra na Síria, em que Moscou auxiliou o ditador Bashar al-Assad.

Primeira-dama fala

Olena Zelenska é a primeira-dama da Ucrânia
Olena Zelenska é a primeira-dama da Ucrânia
Foto: Anna Moneymaker / BBC News Brasil

Olena Zelenska, uma roteirista que se tornou a primeira-dama da Ucrânia, disse que a invasão russa representa "assassinato em massa" da população civil de seu país.

Uma carta foi publicada no site do presidente Zelensky em que ela descreve a morte de crianças ucranianas como "a mais terrível e devastadora" parte do conflito.

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