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Ataques jihadistas mataram mais de 5 mil em novembro

Cerca de 80% das mortes ocorreram em apenas quatro países - Iraque, Nigéria, Síria e Afeganistão

11 dez 2014 - 17h38
(atualizado às 18h36)
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Protestos contra avanço de jihadistas aconteceram também em Ancara, na Turquia
Protestos contra avanço de jihadistas aconteceram também em Ancara, na Turquia
Foto: ADEM ALTAN / AFP

Ataques de jihadistas mataram mais de 5 mil pessoas em apenas um mês, de acordo com um levantamento feito pela BBC e pelo King's College London.

A violência atingiu mais os civis, com mais de 2 mil mortos em incidentes registrados como tendo sido causados por jihadistas em novembro. A maioria dos ataques foram feitos pelo grupo autodenominado Estado Islâmico, aumentando o número de mortos no Iraque e na Síria.

Foto: BBC News Brasil

Quatro países concentram 80% de mortes

Os dados mostram que 5.042 pessoas foram mortas em 664 ataques jihadistas em 14 países - uma média diária de 168 mortes, ou sete a cada hora.

Cerca de 80% das mortes ocorreram em apenas quatro países - Iraque, Nigéria, Síria e Afeganistão, de acordo com a análise de reportagens publicadas na mídia e de relatórios da sociedade civil.

Foto: BBC News Brasil

O Iraque foi o lugar mais perigoso para se estar no período, com 1.770 mortes em 233 ataques, que vão desde tiroteios a atentados suicidas.

Na Nigéria, 786 pessoas, quase todas civis, foram mortas em 27 incidentes envolvendo o Boko Haram. Foram, na maioria das vezes, explosões e tiroteios grandes e indiscriminados, como o ataque à mesquita central no norte da cidade de Kano, que deixou 120 mortos.

O Boko Haram também avançou pela fronteira de Camarões, matando 15 pessoas. Enquanto isso, na África Ocidental, o grupo Al-Shabab matou 266 pessoas na Somália e no Quênia.

O Afeganistão teve praticamente o mesmo número de mortes que a Nigéria (782), mas a tendência verificada no país foi de ataques com alvos específicos, como o atentado contra o vice-governador de Kandahar.

Na Síria, devastada pela guerra, foram mortas 693. No Iêmen, houve 410 mortes em 37 ataques.

Entre os 16 grupos jihadistas envolvidos na matança, o "Estado Islâmico" foi o que mais matou - foram 2206 pessoas no Iraque e na Síria, 44% do total de mortes no período.

O diretor do Centro Internacional para o Estado da Radicalização, Peter Neumann, disse que o Estado Islâmico "rivalizou com - ou até mesmo substituiu - a Al-Qaeda como líder do jihadismo global".

Civis são as principais vítimas

Os civis foram os mais atingidos pelos ataques, com um total de 2.079 mortos, seguidos de 1.723 militares.

Mas as proporções variaram significativamente entre os países. Na Nigéria, cerca de 700 civis foram mortos - pelo menos 57 crianças -, enquanto apenas 28 mortes foram de militares.

Foto: BBC News Brasil

Em contraste, na Síria e no Afeganistão, o número de mortes de militares foi mais que o dobro do de civis.

Dos 146 casos de policiais mortos, 95 ocorreram no Afeganistão. Políticos e outros funcionários públicos também foram alvos no Afeganistão e na Somália, onde 22 foram mortos.

Os próprios jihadistas também foram mortos em grande número: 935 morreram em confrontos ou explodindo a si mesmos.

Bombas matam mais

Considerados todos os artefatos, as bombas foram responsáveis pelo maior número de mortes, com 1.653 pessoas mortas em 241 explosões. Estas incluíram 38 atentados suicidas que tiraram 650 vidas e 128 outras bombas, como dispositivos explosivos improvisados (IEDs), que mataram 555 pessoas.

Foto: BBC News Brasil

Algumas explosões foram grandes e tinham como alvo o público em geral, enquanto outros tinham alvos claros, como no atentado do homem que entrou na sede da polícia em Cabul, no Afeganistão, antes de se explodir, matando sete agentes.

Ataques com armas tiraram a vida de pelo menos mais 1.574 vidas, enquanto mais de 666 mortes foram descritas como resultado de emboscadas, muitas das quais podem ter envolvido tiroteios.

Estima-se que 426 pessoas tenham sido assassinadas em mortes com sinais de execução, incluindo 50 pessoas que foram decapitadas na Síria, Iêmen e Líbia.

Entre eles estava o trabalhador de ajuda humanitária Peter Kassig, que foi decapitado junto com um grupo de sírios no meio do mês.

Morteiro e bombas mataram 204 pessoas, e 49 foram atacadas com facas.

Neumann disse que a variedade de táticas e métodos de ataque reflete "a maior ênfase na manutenção do território e enfrentamento das forças convencionais".

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