Sri Lanka: ataques a igrejas e hotéis matam 200 e ferem 400
Uma série de ao menos oito ataques à bomba contra três igrejas e quatro hotéis deixou ao menos 207 mortos no Sri Lanka, neste domingo (21), quando cristãos comemoravam a Páscoa. Das vítimas, há pelo menos 35 cidadãos estrangeiros, além de 400 feridos.
As primeiras seis explosões ocorreram às 8h45 locais (23h30 de sábado, em Brasília), em três hotéis de luxo e em uma igreja da capital do Sri Lanka, Colombo. Em seguida, ocorreram explosões em igrejas das cidades de Katana e Batticaloa. O sétimo atentado ocorreu no começo da tarde local, em uma pousada no centro de Colombo. O oitavo ataque foi contra um condomínio residencial, também na capital do país.
As autoridades do Sri Lanka recomendaram que as pessoas fiquem dentro de casa para que a situação seja controlada. Também foi declarado estado de emergência e o governo impôs toque de recolher das 18h às 6h (horário local), além de anunciar que bloquearia temporariamente o uso das principais redes sociais no país.
De acordo com o ministro da Defesa do Sri Lanka, Ruwan Wijewardane, sete pessoas foram presas sob suspeita de ligação com os atentados. Nenhum grupo ou organização, porém, reivindicou os atentados até o momento. A polícia afirma que a maioria dos ataques foi suicida.
No Sri Lanka, os cristãos representam apenas 7% da população, enquanto os budistas são cerca de 70%, os hinduístas , 15% e os muçulmanos, 11%.
Três países do Golfo, o Bahrein, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos, condenaram os atentados através de comunicados emitidos pelos respectivos Ministérios de Relações Exteriores.
Outras nações também demonstraram pesar. No Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que envia "as mais sentidas condolências ao grande povo do Sri Lanka". "Estamos prontos a ajudar", ressaltou.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, destacou que "condena com força as horríveis explosões no Sri Lanka". "Não há espaço para barbáries similares na nossa região. A Índia exprime solidariedade ao povo do Sri Lanka", comentou.
Por sua vez, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, condenou o que chamou de "insensata violência". "Nestas horas dramáticas, interpretando os sentimentos dos italianos, desejo enviar ao povo amigo do Sri Lanka as mais sinceras expressões de pesar e condenação a este gesto de insensata violência", disse.
O presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, disse que "os ataques contra as igrejas do Sri Lanka confirmam que isso é um verdadeiro genocídio contra os cristãos". "Mesmo no dia de Páscoa, há quem semeia o ódio e a morte. Rezemos pelas vítimas inocentes e nos mobilizemos pela liberdade religiosa em todo o mundo", disse.
O papa Francisco, que hoje presidiu a tradicional mensagem "Urbi et Orbi" de Páscoa, no Vaticano, também citou a tragédia no Sri Lanka. "Recebi com tristeza e dor a notícia dos graves atentados que, justamente hoje, dia de Páscoa, levaram luto e dor a algumas igrejas e locais sagrados no Sri Lanka. Desejo manifestar a minha afetuosa proximidade à comunidade cristã, atingida enquanto rezava, e a todas as vítimas desta cruel violência", lamentou.
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