Atentado em frente a escola em Dublin choca Irlanda
Uma mulher e 3 crianças foram esfaqueadas
Por Alessandro Logroscino - Sangue e horror na Irlanda, onde um agressor solitário esfaqueou três crianças e uma mulher no coração de Dublin, em frente a uma escola primária, antes de ser ferido e contido por vários transeuntes.
A Garda, a polícia irlandesa, inicialmente descartou uma possível atividade terrorista; mas depois especificou que, por enquanto, não quer excluir "nenhum motivo" e não confirma nem a versão do possível surto de um desequilibrado, nem a de um ataque motivado por algum delírio pessoal.
À noite, confrontos eclodiram entre a polícia e centenas de "hooligans de extrema direita", como foram chamados pelo chefe da polícia, com placas "Irish Lives Matter" e bandeiras irlandesas.
Vários carros, incluindo da polícia, foram incendiados, e uma loja Foot Locker na O'Connell Street foi saqueada.
As tensões aumentaram depois que, por horas, rumores circulavam nas redes sociais de que o agressor era um argelino, que havia aparecido no radar dos investigadores irlandeses no passado.
Tudo aconteceu no início da tarde, após o término das aulas, na hora da saída da escola, a Gaelscoil Choláiste Mhuire, na central Parnell Square.
De acordo com relatos de testemunhas oculares, o homem armado com uma faca, de 50 anos, atacou primeiro a mulher - uma "professora heroína" com pouco mais de 30 anos, nas descrições da mídia -, depois três crianças com cerca de seis anos.
Até ser cercado e derrubado antes mesmo da chegada dos policiais, que, em questão de minutos, o detiveram, como relatou uma testemunha ocular à emissora pública RTE, descrevendo cenas de terror em plena luz do dia.
Uma das pequenas vítimas, uma menina, e a professora que tentou protegê-la, sofreram ferimentos considerados "graves" pelos médicos.
Os outros dois alunos também foram hospitalizados, mas em condições menos preocupantes.
Enquanto o indivíduo identificado como o agressor - sobre o qual a Garda mantém, por enquanto, o sigilo tradicional em relação às informações pessoais e origens étnicas ou religiosas, afirmando não querer alimentar "especulações" - está sob custódia no hospital: segundo o Irish Times online, ele teria se ferido.
A polícia local declarou um alerta de "incidente grave" na capital e fechou o trânsito nas ruas ao redor por horas para as investigações.
Não sem se reservar para interrogar o suspeito assim que possível, limitando-se a evocar, por enquanto, o cenário de um ato de violência isolado: com a ressalva de que, por enquanto, "não há outras pessoas procuradas".
Na ilha, o choque é, de qualquer forma, muito forte. Enquanto as emissoras locais e as britânicas coletam nas ruas vozes de angústia e raiva, agravadas pelo fato de uma escola de infância ter sido alvo, um alvo totalmente incomum para violência desse tipo nas notícias da República da Irlanda geralmente pacífica hoje, diferentemente do que acontece em países como os EUA, do outro lado do oceano, ou mesmo na França, na Europa.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse estar perturbado e dirigiu seus pensamentos às vítimas e suas famílias.
Enquanto a ministra da Justiça, Helen McEntee, condenou "o terrível ataque contra três crianças inocentes e uma mulher", garantindo que o governo seguirá de perto os desenvolvimentos investigativos, em contato constante com os comandos da polícia.
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