Ativistas criticam papa por condução de casos de abuso sexual clerical
O papa Francisco não fez o suficiente para acabar com o abuso sexual clerical e seu encobrimento, disseram ativistas e sobreviventes de abusos, nesta quinta-feira, protestando antes de um festival do Dia Mundial da Criança organizado pelo Vaticano.
A Igreja Católica Romana foi abalada por escândalos de abuso sexual em todo o mundo. Francisco tem tentado impor normas, mas seus críticos dizem que mais deveria ter sido feito para erradicar o clero abusivo e ajudar suas muitas vítimas.
"Queremos proteger os jovens que estão participando" do festival, disse Matthias Katsch, cofundador da Ending Clergy Abuse (ECA), em uma coletiva de imprensa na antiga fortaleza romana Castel Sant'Angelo, com vista para a Basílica de São Pedro.
Ele observou que os ativistas contra o abuso na Igreja visitaram Roma em setembro para exigir "tolerância zero" antes de uma importante cúpula do Vaticano sobre o futuro da Igreja, "mas nada aconteceu desde então".
Especificamente, Katsch acusou Francisco de não punir os cardeais e bispos "que encobriram crimes sexuais".
Em uma entrevista exibida este mês no programa "60 Minutes" da rede norte-americana CBS, Francisco reiterou seu compromisso de lutar contra os abusadores e seus protetores.
"Isso não pode ser tolerado. Quando há um caso de um religioso ou religiosa que abusa, a força total da lei recai sobre eles. Nesse aspecto, houve um grande progresso", disse o pontífice.