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Áustria e Alemanha rechaçam 'coronabond' e frustram Itália

Países do norte não querem títulos de dívida comum na eurozona

26 mar 2020 - 14h22
(atualizado às 14h43)
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Os governos de Áustria e Alemanha se pronunciaram nesta quinta-feira (26) de forma contrária aos "coronabonds" e frustraram os planos de Itália e França de criar títulos de dívida comuns para os países da zona do euro.

Sebastian Kurz rechaçou ideia de instrumento de dívida comum na UE
Sebastian Kurz rechaçou ideia de instrumento de dívida comum na UE
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Em uma coletiva de imprensa em Viena, o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, disse que não aceita uma "mutualização generalizada dos débitos" e chamou o sistema de "modelo antigo".

Já o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou durante um fórum no YouTube que não acredita que o "coronabond" seja o instrumento "correto" para impulsionar a economia europeia em tempos de coronavírus.

Na última quarta (25), o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, o presidente da França, Emmanuel Macron, e outros sete líderes europeus haviam assinado um documento conjunto que pede a criação de títulos de dívida comuns na eurozona.

Os chamados "coronabonds" seriam uma forma de enfrentar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, já que os recursos obtidos com a venda desses títulos seriam inteiramente destinados a financiar as despesas dos governos para conter a emergência sanitária e relançar a economia.

A ideia remete aos "eurobonds", propostos no auge da crise financeira na zona do euro, mas sempre rechaçados pelos países com políticas fiscais mais rigorosas, principalmente a Alemanha. "A Itália é favorável ao instrumento dos coronabonds, mas prefiro chamá-los de títulos de recuperação da Europa", disse Conte nesta quinta.

Com o "coronabond", os países da eurozona partilhariam uma mesma dívida, algo que não acontece atualmente. Dessa forma, nações mais endividadas, como Itália, Grécia, Portugal e Irlanda, teriam acesso a financiamento mais barato em um momento de crise, que tende a pressionar para cima os juros de seus débitos.

A Europa é o atual epicentro da pandemia do novo coronavírus, que já contaminou cerca de 500 mil pessoas e deixou mais de 20 mil mortos no mundo todo.

Ansa - Brasil
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