Autoridade de alto escalão da defesa ucraniana é demitido em meio a disputas sobre compras
O governo da Ucrânia demitiu na terça-feira um vice-ministro da Defesa encarregado da compra de armas em meio a uma disputa interna sobre as aquisições que está complicando a tentativa de Kiev de tranquilizar os principais parceiros ocidentais em um momento crítico da guerra com a Rússia.
A disputa veio à tona na semana passada, depois que o ministro da Defesa, Rustem Umerov, criticou o esforço de aquisição de armas da Ucrânia por não ter apresentado resultados para as tropas da linha de frente.
A Ucrânia tem procurado organizar os gastos com defesa conforme a guerra vai para o quarto ano, um esforço que assumiu maior importância à medida que o presidente dos EUA, Donald Trump, considera se deve continuar apoiando as Forças Armadas de Kiev.
Além de solicitar a remoção de Dmytro Klimenkov, Umerov criticou especialmente a Agência de Aquisições de Defesa, que coordena a compra de armas para as Forças Armadas da Ucrânia.
A agência foi criada após uma série de alegações, durante a guerra, de gastos indevidos do ministério, e tem como objetivo eliminar os intermediários e minimizar o risco de corrupção.
Em uma declaração na sexta-feira, Umerov disse que ela havia "inexplicavelmente se transformado em uma 'Amazon'" e que suas compras eram visíveis demais para o público. A Ucrânia há muito tempo procura manter os detalhes da aquisição de armas em segredo.
Umerov também afirmou que não renovaria o contrato com a chefe da agência, Maryna Bezrukova, uma reformista cuja nomeação no ano passado foi aplaudida pelos parceiros ocidentais de Kiev. Ele se comprometeu a nomear um novo diretor.
Em resposta, a agência disse que havia feito "progressos significativos" no aumento da oferta e na redução dos preços, e que continuaria trabalhando com Bezrukova.
O impasse ocorre em um momento em que as tropas ucranianas enfrentam os avanços russos em áreas do leste do país. Ambos os lados estão tentando obter vantagem no campo de batalha antes de qualquer possível negociação de paz, mas as defesas de Kiev estão se debilitando em meio à escassez de homens e armas.