Avião da Air Canada sai da pista e deixa 23 feridos
Modelo Airbus A320 bateu em uma rede de antenas e perdeu trem de pouso principal
Um Airbus A320 da Air Canada saiu da pista durante o pouso no Aeroporto Internacional de Halifax, no leste do Canadá, neste domingo, e pelo menos 23 pessoas foram hospitalizadas com ferimentos leves - informaram a empresa e uma fonte aeroportuária.
A aeronave - o voo doméstico 624, procedente de Toronto (centro) com 133 passageiros a bordo e cinco tripulantes - bateu em uma rede de antenas e perdeu seu trem de pouso principal. O choque forçou o avião a arremeter na pista.
Dos 23 feridos, muitos com fraturas, ou contusões no rosto, apenas um permanecia hospitalizado neste domingo à noite.
"Tiveram muita sorte", disse a investigadora do Escritório de Segurança dos Transportes (BST), Daphne Booth, avaliando que o balanço poderia ter sido muito mais dramático.
A violência do impacto, ocorrido à 00h43 local, foi tamanha que alguns passageiros contaram ter pensado que o avião tivesse caído.
De acordo com outro investigador do BST, Mike Cunningham, o avião desceu muito rápido quando se aproximava do aeroporto de Halifax e "atingiu uma rede de antenas situadas 350 metros antes do início da pista de aterrissagem".
O golpe causou "danos significativos ao avião" e arrancou seu trem de pouso principal, descreveu Cunningham em uma entrevista coletiva, explicando que, por causa da tempestade de neve, a visibilidade estava reduzida.
Um alerta de neve havia sido emitido pelo Serviço local de Meteorologia, advertindo para as intensas nevadas que reduziriam a visibilidade na região.
De acordo com Daphne Booth, após bater nas antenas, o avião arremetou e, depois, "deslizou cerca de 300 metros" na pista.
Um dos dois motores foi totalmente arrancado da asa direita do Airbus e estava a 30 metros da aeronave. O outro motor também ficou danificado, mas se manteve acoplado à asa esquerda.
As imagens divulgadas por emissoras locais de televisão mostram a aeronave imobilizada com a parte da frente danificada em uma pista coberta por uma espessa camada de neve.
Os investigadores do BST indicaram que as caixas-negras do aparelho já foram enviadas para um laboratório do BST em Ottawa (centro do país).
Segundo o porta-voz do aeroporto, Peter Spurway, o BST abriu uma investigação para determinar as causas do acidente.
Logo após serem retirados da aeronave acidentada pelo tobogã de segurança, os passageiros tiveram de esperar quase uma hora na neve antes de serem atendidos, como denunciado por um dos usuários.
"Havia umas duas pessoas ensanguentadas. Elas conseguiram sair (do avião), mas o pior é que nos deixaram uma hora do lado de fora, na neve", contou Lianne Clark, em entrevista ao canal Canadian Broadcast Corporation.
Ela acrescentou que muitos deixaram o avião, "porque tinha começado a vazar combustível e sentimos medo".
Já as autoridades aeroportuárias estimaram em 15 a 20 minutos o tempo do traslado dos passageiros para o terminal. A operação de resgate teria sido dificultada pela ruptura da alimentação elétrica.
"Não havia corrente. Não estamos seguros de que tenha uma relação" entre o acidente e a falha elétrica. "Talvez haja", disse Peter Spurway.
O aeroporto retomou suas operações depois de várias horas, mas com uma única pista e com atrasos nas chegadas e saídas. A segunda pista deve permanecer fechada por vários dias para a condução das investigações e para que os destroços do avião possam ser totalmente removidos.