Avião que explodiu na Coreia do Sul fez 13 voos em 48 horas, aponta investigação
Acidente do Boeing 737-800 da Jeju Air deixou 179 mortos, e levantou preocupações sobre uso intenso da aeronave
O Boeing 737-800 da Jeju Air, responsável por um dos piores desastres aéreos da Coreia do Sul, que deixou 179 mortos, realizou 13 voos em apenas 48 horas antes de colidir com um muro durante o pouso no aeroporto de Muan. A informação, divulgada pela agência Yonhap nesta segunda-feira, 30, reacendeu o debate sobre o uso excessivo de aeronaves em curtos intervalos de tempo.
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Nos dois dias que antecederam o acidente, o avião cumpriu uma agenda intensa, operando rotas domésticas entre Muan, Ilha de Jeju e Incheon, além de trajetos internacionais para destinos como Pequim, Bangkok, Kota Kinabalu, Nagasaki e Taipei. Algumas dessas viagens foram fretadas para excursões organizadas por uma empresa de Gwangju, que atendia grupos privados.
Dados publicados pela Jeju Air indicam que a companhia tem uma das maiores taxas de uso de aeronaves no país. Entre julho e setembro, cada avião da empresa acumulou, em média, 418 horas de voo mensais, o que equivale a quase 14 horas diárias de operação.
Embora ainda não esteja confirmado se a frequência elevada de voos contribuiu para o acidente, as autoridades apontam como possível causa uma falha no trem de pouso, supostamente causada por uma colisão com pássaros. A investigação segue em andamento para esclarecer os fatores que levaram à tragédia.
Entenda o caso
O avião da Jeju Air estava pousando quando perdeu o controle, saiu da pista ainda em alta velocidade, e colidiu contra um muro. O acidente aconteceu por volta das 9h da manhã de domingo, 29, no horário local (21h de sábado, 28, no horário de Brasília). Ao todo 181 pessoas estavam a bordo, sendo 175 passageiros e 6 tripulantes. Apenas duas pessoas sobreviveram, membros da tripulação.
O acidente teria sido provocado por uma falha no trem de pouso da aeronave, segundo informações da agência Yonhap. A tripulação foi alertada pela torre de controle sobre o risco de colisão com pássaros antes do pouso, de acordo com o Ministério dos Transportes sul-coreano.
Ju Jong-wan, diretor da pasta, disse ao jornal The New York Times que as caixas-pretas do avião foram recuperadas, o que deve auxiliar nas investigações.
O avião estava voltando de Bangkok, na Tailândia, quando houve o acidente.