Aviões chineses voltam a sobrevoar Taiwan, que vê 'guerra psicológica' após visita de Pelosi
Aviões de guerra chineses voltaram a sobrevoar a zona de defesa aérea de Taiwan nesta quarta-feira (3), logo após a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, deixar a ilha. A visita não agradou a China, que prometeu retaliações aos Estados Unidos, provocando uma tensão diplomática entre as duas potências.
Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, 27 aeronaves da Força Aérea chinesa sobrevoaram o espaço aéreo da ilha nesta manhã, e 22 deles cruzaram o Estreito de Taiwan, o limite da fronteira com o espaço aéreo da China.
Pequim, que reivindica a 'ilha rebelde' como parte de seu território, já anunciou uma série de medidas como ofensiva à visita de Pelosi. Além de um bloqueio aeronaval não-oficial e o planejamento de exercícios militares em torno da ilha, a China suspendeu as importações de itens como frutas e produtos de pesca e paralizou as exportações de areia natural para Taiwan.
Mas, em meio ao aumento das tensões com a China, Taiwan promete intensificar a segurança contra possíveis perturbações por "forças estrangeiras", incluindo ataques cibernéticos.
O porta-voz do gabinete de Taiwan, Lo Ping-cheng, disse em uma coletiva de imprensa que as autoridades aumentaram a segurança nas principais infraestruturas, incluindo usinas de energia e aeroportos, e elevaram o nível de alerta de segurança cibernética nos escritórios do governo.
Lo afirmou que Taiwan prevê ser alvo nos próximos dias do aumento da "guerra psicológica", descrevendo campanhas de influência, incluindo desinformação para influenciar a opinião pública.
"Estamos vendo uma guerra psicológica mais forte do que nunca e se intensificará nos próximos dias", disse Lo.
Autoridades de Taiwan têm alertado repetidamente sobre o que veem como uma campanha chinesa para enfraquecer o apoio das pessoas ao governo.
A China nunca renunciou ao uso da força para colocar Taiwan sob seu controle, o que, segundo ela, é a questão mais importante em suas relações com os Estados Unidos. Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China e promete se defender. (*Com informações da Reuters)