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'Basta de tráfico humano', diz Meloni sobre decreto para ONGs

Premiê italiana comentou medida em publicação no Instagram

3 jan 2023 - 16h22
(atualizado às 16h37)
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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, defendeu nesta terça-feira (3) o fim do "tráfico humano" após entrar em vigor um decreto-lei que endurece as punições e o controle para as ações de resgate das ONGs humanitárias.

Primeira-ministra da Itália publicou mensagem no Instagram
Primeira-ministra da Itália publicou mensagem no Instagram
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"Imigração ilegal e tráfico de pessoas: se acaba na Itália que se enfurece contra quem respeita as regras e finge não ver quem as viola sistematicamente", declarou a premiê no Instagram, publicando um trecho das últimas "Notas de Giorgia".

Segundo ela, o direito internacional "não prevê que haja alguém que possa fazer o transporte no Mediterrâneo ou em qualquer outro mar e ir e vir para transferir pessoas de uma nação para outra".

O regulamento "quer limitar o resgate de migrantes ao que prevê o direito internacional, com regras bastante simples: se você cruzar um navio e salvar pessoas, deve levá-las para um local seguro, mas não as deixe a bordo até que o navio esteja cheio, o que não é um resgate acidental de náufragos", explicou Meloni.

"Em segundo lugar, deve haver coerência entre as atividades realizadas por alguns navios no Mediterrâneo e para o que estão registrados: navios comerciais indo e vindo para resgatar migrantes é bastante chocante", acrescentou.

Para a premiê da Itália, o "controle das pessoas a bordo, informações claras sobre os mecanismos de resgate e regras são necessárias para evitar que a segurança da embarcação que está sendo abordada seja comprometida no momento do resgate dessas pessoas a bordo".

"Regras rígidas que nos permitam respeitar o direito internacional", enfatizou Meloni, alertando que, "se estas regras não forem respeitadas, não há autorização para entrar em águas internacionais, e se esta autorização for violada, a embarcação será detida na primeira vez por dois meses, na segunda vez com apreensão para efeitos de confisco".

Por fim, a líder do partido Irmãos da Itália (FdI) disse que seu governo faz "isto para respeitar os migrantes, porque quem está a arriscar a sua vida tem direito a ser salvo, mas outra coisa é que estão a ser usados para o tráfico de seres humanos no terceiro milênio e continuam a fazer com que traficantes sem escrúpulos ganhem milhares de milhões de euros".

Denúncia -

Hoje, Fulvia Conte, chefe das operações de socorro a bordo do Geo Barents, navio que chegará amanhã (4) de manhã ao porto de Taranto, na Itália, com 85 pessoas a bordo, denunciou que há relatos de que migrantes foram mortos por não ter dinheiro para pagar a viagem.

"Um menino nos contou que viu com seus próprios olhos pessoas sendo mortas na sua frente porque não tinham dinheiro suficiente para pagar a viagem. Esta é a realidade do que está acontecendo na Líbia, do que acontece no Mediterrâneo central onde cada momento é importante entre a vida e a morte", concluiu. .

Ansa - Brasil
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