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Biden assume Presidência dos EUA em meio a profundas divisões e pandemia devastadora

20 jan 2021 - 09h06
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O democrata Joe Biden fará o juramento como 46º presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira, assumindo o comando de um país assolado por profundas divisões políticas e atingido por uma devastadora pandemia de coronavírus.

Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, em Wilmington, Delaware
06/01/2021 REUTERS/Kevin Lamarque
Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, em Wilmington, Delaware 06/01/2021 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

Biden, de 78 anos, se tornará o presidente dos EUA mais velho da história em uma cerimônia em Washington que foi em grande parte despojada de sua pompa e circunstância habituais devido ao coronavírus e a preocupações com a segurança após o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA por apoiadores do presidente Donald Trump.

Com apenas um pequeno número de participantes presentes, o democrata fará o juramento de posse perante o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, pouco depois do meio-dia (14h em Brasília), colocando a mão em uma Bíblia que está na família Biden há mais de um século.

Sua companheira de chapa, Kamala Harris, filha de imigrantes da Jamaica e da Índia, se tornará a primeira pessoa negra, primeira mulher e primeira asiática-americana a servir como vice-presidente depois de prestar juramento com a juíza da Suprema Corte Sonia Sotomayor, a primeira latina do tribunal.

A cerimônia acontecerá em frente a um Capitólio com a segurança reforçada, depois que uma multidão de partidários de Trump invadiu o prédio duas semanas atrás, enfurecidos e motivados pelas falsas alegações de que a eleição de novembro foi roubada.

A violência levou a Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, a aprovar a abertura de um processo de impeachment contra Trump pela segunda vez, algo sem precedentes, na semana passada.

Milhares de soldados da Guarda Nacional foram convocados à cidade após o cerco, que deixou cinco pessoas mortas e obrigou os parlamentares a se esconderem por um breve período. Em vez de uma multidão de apoiadores, o National Mall será coberto por quase 200.000 bandeiras e 56 pilares de luz destinados a representar pessoas dos Estados e territórios dos EUA.

Biden, que prometeu "restaurar a alma da América", fará um apelo pela unidade americana em um momento de crise em seu discurso, de acordo com assessores.

Ele vai perder pouco tempo tentando virar a página da era Trump, disseram assessores, assinando uma série de 15 ações executivas em seu primeiro dia de mandato em questões que vão da pandemia à economia e mudança climática. As determinações incluirão uso de máscaras em propriedades federais, a reentrada no acordo climático de Paris e o fim da proibição de viagens imposta por Trump em alguns países de maioria muçulmana.

Em um primeiro sinal de seu plano de atingir o outro lado político, Biden convidou os principais líderes do Congresso, incluindo o líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, e o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, para se juntar a ele na igreja na manhã de quarta-feira.

Em uma ruptura com mais de um século e meio de tradição política, Trump planeja deixar a Casa Branca antes da posse, recusando-se a se encontrar com seu sucessor e afirmar a transferência pacífica do poder.

O vice-presidente Mike Pence, os ex-presidentes George W. Bush, Barack Obama e Bill Clinton, além de McCarthy e McConnell, devem comparecer à cerimônia de posse de Biden.

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