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Biden chama Putin de 'agressor' e anuncia novas sanções

24 fev 2022 - 16h40
(atualizado às 16h46)
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (24) que seu homólogo russo, Vladimir Putin, "escolheu essa guerra" ao invadir a Ucrânia e anunciou um novo pacote de sanções severas contra a Rússia.

Biden chama Putin de 'agressor' e anuncia novas sanções
Biden chama Putin de 'agressor' e anuncia novas sanções
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Este é um ataque premeditado", disse o democrata, ressaltando que o líder russo "rejeitou todos os esforços" que foram feitos para resolver a situação com o diálogo. "Vladimir Putin está planejando isso há meses".

Como resposta, o presidente americano anunciou a proibição de exportações de tecnologia, a limitação de transações do governo russo em moedas estrangeiras e o bloqueio dos ativos dos quatro grandes bancos russos, incluindo o VTB. Todas as instituições somam US$ 1 trilhão em ativos.

Com a decisão, os bancos não vão poder fazer negócios com empresas americanas e terão seu patrimônio nos Estados Unidos congelado. "Vamos limitar a capacidade da Rússia de fazer negócios envolvendo dólares, euros, libras e ienes", disse Biden, citando as moedas dos EUA, União Europeia, Reino Unido e Japão.

Durante seu pronunciamento na Casa Branca, Biden chamou Putin de agressor e ressaltou que os EUA vão impedir a capacidade da Rússia de financiar e aumentar suas forças armadas.

"As agressões de Putin vão custar caro para a Rússia", disse Biden, impondo "fortes sanções para maximizar um impacto de longo prazo na Rússia e minimizar o impacto nos Estados Unidos e seus aliados".

Segundo Biden, o ataque da Rússia à Ucrânia ocorreu em grande parte como previsto pelos EUA, com "alegações infundadas" e tentativas de provocação. Ele explicou que os esforços do governo russo para iniciar a guerra incluíram ataques cibernéticos e bombardeios contra posições ucranianas e separatistas no leste da Ucrânia.

Para ele, "a Rússia encenou operações falsas que resultaram em uma violação flagrante do direito internacional".

O democrata deixou claro que as tropas americanas não vão entrar em combate no território ucraniano, mas que irão defender os aliados da Otan no leste europeu. "Putin é o agressor. Putin escolheu esta guerra. E agora ele e seu país arcarão com as consequências", ressaltou.

O Pentágono ordenou o envio de cerca de 7 mil soldados na Europa. "Nossas forças não estão indo para a Europa para lutar na Ucrânia, mas para defender nossos aliados da Otan e tranquilizar aqueles aliados no leste", disse Biden, reforçando que "os Estados Unidos defenderão cada centímetro do território da Otan com toda a força do poder americano".

O chefe de Estado americano acrescentou ainda que acredita que a Otan está mais unida do que nunca e que "não há dúvida" de que os EUA e outros países da aliança cumprirão seus compromissos do tratado.

Milhares de forças terrestres e outras dos EUA foram enviadas para países da Otan na Europa Oriental que se sentem ameaçados pela Rússia, incluindo Letônia, Estônia e Lituânia, bem como Polônia e Romênia.

Para Biden, a operação russa nunca foi sobre preocupações "genuínas" de segurança, mas sim sobre agressão e o desejo de Putin "por um império".

"As ações de Putin traem sua visão sinistra para o futuro do nosso mundo, onde as nações tomam o que querem à força", diz Biden. "Mas é uma visão que os Estados Unidos e as nações amantes da liberdade vão se opor".

Como resposta, Biden também está aumentando a lista de pessoas das elites russas e seus familiares que serão sancionados. "São pessoas que ganharam pessoalmente com as políticas do Kremlin e devem compartilhar a dor", enfatizou.

Paralelamente à declaração do presidente dos EUA, manifestantes anti-guerra se reuniram perto do Kremlin para protestar. Pelo menos 1,4 mil pessoas foram presas nesses atos em toda a Rússia, incluindo mais de 330 em Moscou, de acordo com a OVD-Info, que rastreia prisões em comícios da oposição.

Imagens de Moscou mostram grandes multidões perto do Kremlin. Cerca de 2 mil pessoas se reuniram perto da Praça Pushkin em Moscou e até mil cidadãos na cidade de São Petersburgo.  

Ansa - Brasil
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