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Biden reconhece a "dor" de árabes-americanos pela guerra em Gaza

29 mar 2024 - 18h06
(atualizado em 10/4/2024 às 18h30)
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O presidente norte-americano Joe Biden reconheceu nesta sexta-feira "a dor" que muitos árabes-americanos estão sentindo pela guerra em Gaza e pelo apoio dos EUA a Israel e sua ofensiva militar que deixou árabes, muçulmanos e ativistas anti-guerra bravos e decepcionados.

Muitos muçulmanos e árabes nos Estados Unidos cobraram que o presidente democrata pedisse um cessar-fogo permanente, parasse de vender armas para Israel e usasse mais influência para proteger vidas civis, à medida em que uma crise humanitária se desenvolve em Gaza.

"Precisamos parar para refletir sobre a dor que está sendo sentida por muitos da comunidade árabe-americana pela guerra em Gaza", disse Biden, em uma proclamação do Mês do Patrimônio Árabe-Americano publicada pela Casa Branca, acrescentando que ele está "devastado" pelo sofrimento.

No entanto, horas após o comunicado de Biden nesta sexta-feira, o jornal Washington Post publicou que seu governo aprovou a transferência de mais bombas e caças de guerra para Israel nos últimos dias, avaliados em bilhões de dólares.

Israel é o principal beneficiário de auxílio externo norte-americano. Os EUA vetaram várias votações na ONU pedindo um cessar-fogo em Gaza, antes de se absterem de uma votação no final de março.

O governo Biden emite proclamações desde 2021 antes de abril, observado como o Mês do Patrimônio Árabe-Americano. A proclamação deste ano foi mais longa que as anteriores devido aos comentários de Biden sobre Gaza.

Protestos exigindo um cessar-fogo em Gaza foram realizados em várias cidades dos EUA nos últimos meses, perto de aeroportos e pontes em Nova York e Los Angeles, com vigílias nos arredores da Casa Branca e marchas em Washington.

Manifestantes regularmente interrompem eventos e discursos de campanha de Biden, inclusive uma arrecadação de fundos badalada em Nova York na quinta-feira.

Eles pediram que Biden cumprisse suas demandas sob o risco de perder seu apoio na eleição de novembro. É improvável que norte-americanos árabes e muçulmanos apoiem o rival de Biden, o ex-presidente republicano Donald Trump, mas observadores mencionaram que eles poderiam se abster da eleição e negar votos cruciais a Biden. Eles o apoiaram de forma esmagadora em 2020.

Biden afirmou nesta sexta-feira que está trabalhando para aumentar o auxílio humanitário para Gaza, libertar os reféns sequestrados pelo Hamas e estabelecer um cessar-fogo de pelo menos seis semanas.

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