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Biden transforma linchamento em crime de ódio nos EUA e sanciona lei Emmett Till

29 mar 2022 - 19h49
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou nesta terça-feira a primeira legislação federal que torna o linchamento um crime de ódio, abordando um histórico de assassinatos racistas nos EUA, depois que o Senado aprovou o projeto neste mês.

A lei tem o nome de Emmett Till, um menino negro de 14 anos que foi brutalmente assassinado no Mississippi em 1955. A medida torna possível processar como linchamento qualquer conspiração para cometer um crime de ódio que resulte em morte ou lesão corporal grave.

A morte de Till e o indeferimento de um júri todo branco das acusações contra dois homens brancos que mais tarde confessaram o assassinato chamaram atenção nacional para as atrocidades e violência que os afro-americanos enfrentam nos Estados Unidos e se tornaram um grito de guerra dos direitos civis.

Com a sanção do projeto de lei, o presidente está abordando tanto "assuntos inacabados" quanto o "horror" na história dos EUA, disse a vice-presidente Kamala Harris na Casa Branca.

Kamala, primeira vice-presidente negra e asiático-americana do país, copatrocinou o projeto enquanto servia como senadora pela Califórnia.

"O linchamento não é uma relíquia do passado. Atos raciais de terror ainda ocorrem em nossa nação. E quando isso acontecer, todos nós precisamos ter a coragem de nomeá-los e responsabilizar os culpados", disse ela.

Em agosto, o FBI disse que o número de crimes de ódio nos Estados Unidos subiu no ano anterior para o nível mais alto em mais de uma década, impulsionado por um aumento nos ataques contra vítimas negras e de ascendência asiática.

Biden, cujo apoio dos eleitores negros ajudou a impulsioná-lo à Presidência, disse que a lei não trata apenas de lidar com crimes do passado.

"É sobre o presente e nosso futuro também", disse ele, mencionando uma manifestação de nacionalistas brancos na Virgínia em 2017. "O ódio racial não é um problema antigo. É um problema persistente."

O projeto foi aprovado no Senado por unanimidade e na Câmara dos Deputados por 422 votos a 3.

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