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Bispo argentino no Vaticano é investigado por suposto abuso

4 jan 2019 - 18h19
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Um bispo argentino que trabalha em um importante departamento financeiro do Vaticano está sob investigação preliminar por suposto abuso sexual, disse o Vaticano nesta sexta-feira, no que poderia se tornar mais um revés para o papa Francisco sobre escândalos sexuais na Igreja.

Papa Francisco segura  livro durante missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na noite de Natal  24/12/2018. REUTERS/Max Rossi
Papa Francisco segura livro durante missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na noite de Natal 24/12/2018. REUTERS/Max Rossi
Foto: Reuters

Gustavo Zanchetta, de 54 anos, ex-bispo de Orán, no noroeste da Argentina, estava trabalhando no departamento conhecido como APSA, um escritório de contabilidade e recursos humanos que também administra as propriedades imobiliárias do Vaticano na Itália.

Em um comunicado em resposta a reportagens recentes na mídia argentina, o porta-voz do Vaticano Alessandro Gisotti disse que não havia acusações de abuso sexual na época em que Zanchetta começou a trabalhar na APSA, em dezembro de 2017, cerca de cinco meses depois de deixar Orán.

"As acusações de abuso sexual surgiram no último outono", disse Gisotti, acrescentando que na época da renúncia de Zanchetta como bispo de Orán ele tinha relações tensas com os padres da diocese, que o acusavam de ser autoritário.

Zanchetta não pôde ser contatado para comentar as acusações ou a declaração do Vaticano, que também informou que ele "se absteria de trabalhar" na APSA - onde o papa criou uma nova posição para ele - enquanto uma investigação preliminar prosseguia.

El Tribuno, um jornal da província argentina de Salta, informou em 28 de dezembro que três padres fizeram acusações de abuso sexual contra Zanchetta ao embaixador do Vaticano na capital Buenos Aires. As alegações incluem abuso de poder e má administração das finanças, segundo o jornal.

A notícia da investigação não poderia ter ocorrido em um momento pior para o papa Francisco, também argentino. Ele convocou chefes de 110 conferências nacionais de bispos católicos e dezenas de especialistas e líderes de ordens religiosas ao Vaticano, de 21 a 24 de fevereiro, para um encontro extraordinário dedicado à crise global de abuso sexual de clérigos.

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