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Bolsonaro convida Xi Jinping para o 'maior leilão de petróleo e gás da história'

'Creio que a China não poderia se fazer ausente neste momento', afirmou o presidente brasileiro.

25 out 2019 - 08h51
(atualizado às 10h38)
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Bolsonaro fez convite a Xi Jinping durante a abertura da reunião bilateral entre os líderes em Pequim
Bolsonaro fez convite a Xi Jinping durante a abertura da reunião bilateral entre os líderes em Pequim
Foto: EPA / BBC News Brasil

O presidente Jair Bolsonaro convidou nesta sexta-feira o presidente chinês, Xi Jinping, para participar do leilão do pré-sal, considerada pelo governo como o maior leilão de óleo e gás da história.

O convite foi feito durante o discurso inicial da reunião bilateral entre os dois líderes, no segundo dia da visita oficial de Bolsonaro a Pequim, um ano após o presidente reclamar que a China 'compraria o Brasil'.

"Aproveito a oportunidade para convidar a China para participar do maior leilão que se tem notícia, que é o leilão de óleo e gás."

"Creio que a China não poderia se fazer ausente neste momento", acrescentou.

A participação da China no chamado "megaleilão" do pré-sal, marcado para 6 de novembro, seria parte do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que é o eixo principal da viagem de Bolsonaro pela Ásia.

Será o primeiro leilão do pré-sal do governo Bolsonaro — e teve recorde de inscritos. A previsão de arrecadação é de R$ 106 bilhões.

O processo foi apelidado de megaleilão por ser o maior leilão do pré-sal já realizado.

As áreas a serem exploradas são todas localizadas na Bacia de Santos. Na licitação, serão ofertados os excedentes (volumes superiores aos 5 bilhões de barris que a Petrobras tem o direito de produzir).

Em 2010, a Petrobras e a União fecharam um acordo que permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos, sem licitação. Mas, desde então, descobriu-se que a reserva é bem maior — um excedente estimado em até 15 bilhões de barris adicionais. É esse excedente que será leiloado.

Durante a reunião bilateral, uma série de atos foram assinados entre os dois países — como os protocolos sanitários para exportação de carne bovina termoprocessada e de farelo de algodão.

"Hoje podemos dizer que uma parte considerável do Brasil precisa da China, e a China também precisa do Brasil. O Brasil é um mar de oportunidades, e queremos compartilhar isso com a China", disse Bolsonaro.

"Os nossos produtos do campo tem grande entrada na China e sabemos que há grande interesse em fortalecer esse comércio. Estamos prontos."

Os dois líderes também trocaram presentes — Bolsonaro surpreendeu ao dar uma camisa do Flamengo para o presidente chinês.

Bolsonaro deu camisa do Flamengo para Xi Jinping
Bolsonaro deu camisa do Flamengo para Xi Jinping
Foto: Luiz Fará Monteiro Filho / Record / BBC News Brasil

"Agora o Brasil todo é Flamengo. Com toda a certeza, um bilhão e trezentos milhões de chineses serão Flamengo no final do mês que vem", afirmou o presidente brasileiro, fazendo referência à final da Libertadores 2019, em que o Flamengo representará o Brasil.

Em troca, Xi Jinping ofereceu uma gravura de futebol a Bolsonaro.

A cerimônia durou cerca de uma hora. Ao sair do encontro, o presidente brasileiro foi aplaudido por crianças, enquanto uma banda do Exército chinês tocava o hino nacional brasileiro.

Uma série de atos foram assinados entre os dois países
Uma série de atos foram assinados entre os dois países
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Há 10 anos, a China é o principal parceiro comercial do Brasil no mundo. A relação entre os dois países vem se aprimorando com o passar do tempo: em 2018, a soma das importações e exportações entre os dois países alcançou um recorde inédito na América Latina — US$ 98,9 bilhões, ou quase R$ 400 bilhões, sinalizando um ápice na relação bilateral.

Além de principal parceiro comercial, segundo o Banco Central, a China é hoje o 9º maior investidor no Brasil. Os recursos chineses são destinados principalmente a energia (geração e transmissão, além de petróleo e gás) e infraestrutura (portuária e ferroviária), de acordo com o Ministério da Economia.

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