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Bolsonaro desautoriza Mourão e diz que vice deu "peruada"

Mais cedo, Mourão afirmou que o Brasil respeita a soberania da Ucrânia; presidente disse que, além dele, 'ninguém fala' sobre conflito

24 fev 2022 - 20h16
(atualizado às 20h19)
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) desautorizou nesta quinta-feira, 24, o vice Hamilton Mourão (PRTB) por ter se manifestado sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Mais cedo, Mourão disse que o Brasil respeita a soberania da Ucrânia. "Quem fala dessa questão chama-se Jair Messias Bolsonaro. Mais ninguém fala. Quem está falando, está dando peruada naquilo que não lhe compete", criticou o presidente em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Bolsonaro disse, ainda, que "nas próximas horas" fará uma reunião para analisar a situação. "O artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso, e eu vi a imagem, falou mesmo, está falando algo que não deve. Não é de competência dela, é de competência nossa", afirmou Bolsonaro.

Presidente Jair Bolsonaro - 22/02/2022
Presidente Jair Bolsonaro - 22/02/2022
Foto: REUTERS/Adriano Machado

Em conversa com jornalistas, na manhã desta quinta-feira, 24, Mourão negou que o Brasil não tenha tomado posição sobre o conflito. "O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade", destacou o vice-presidente.

Ao longo do dia, porém, Bolsonaro evitou criticar a Rússia pelos ataques. Na transmissão ao vivo, ele disse que é "da paz" e destacou o diálogo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a quem visitou na semana passada.

"Nós somos da paz, nós queremos a paz. Viajamos para a Rússia, fizemos um contato excepcional com o presidente Putin, acertamos a questão de fertilizantes para o Brasil. Somos dependentes de fertilizantes da Rússia, Bielorrússia e grande parte desses países. O país mais importante do mundo se chama Brasil e eu sou presidente do Brasil", disse.

Estadão
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