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Bolsonaro não toma partido, mas defende soberania dos países

Em série de posts nas redes sociais, o presidente disse que foco do governo é tirar brasileiros da Ucrânia, após invasão da Rússia

26 fev 2022 - 19h01
(atualizado às 20h16)
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Presidente Jair Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro
Foto: REUTERS/Ranu Abhelakh

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em suas redes sociais neste sábado, 26, que o governo não poupará esforços para superar as dificuldades atuais e ajudar na retirada de brasileiros da Ucrânia. O país foi invadido por forças militares russas na última quinta-feira, 24. 

"Peço aos brasileiros em territórios conflagrados que mantenham-se firmes, sigam as diretrizes e nos reportem qualquer incidente. Sei das dificuldades, mas não pouparemos esforços para resolvê-las", disse Bolsonaro em sua conta no Twitter.

Segundo o presidente, até agora cerca de 50 brasileiros foram para países vizinhos à Ucrânia por via terrestre, entre jornalistas, estudantes, empresários e atletas.

"O Itamaraty enviou uma missão para a fronteira da Romênia com a Ucrânia e tem coordenado a operação de retirada de brasileiros por meio do contato direto com o chefe da estação central de trens de Kiev, com as autoridades migratórias e com as autoridades locais de Chernivtsi", disse Bolsonaro.

O presidente também reforçou informação anterior da Força Aérea Brasileira de que dois cargueiros KC-390 Millenium estão de prontidão "para uma eventual missão de repatriação dos brasileiros que ainda estão em território ucraniano".

Posição do Brasil

Na série de mensagens, Bolsonaro criticou "parte da imprensa", que, segundo ele, "insiste em gerar ruído e em desinformar os brasileiros em troca de cliques".

Essa declaração vem pouco antes de o presidente afirmar que a posição brasileira sobre o conflito está sendo mostrada nos canais competentes, sem que ele mesmo tenha até agora condenado em público a invasão russa.

"A posição do Brasil em defesa da soberania, da auto-determinação e da integridade territorial dos Estados sempre foi clara e está sendo comunicada através dos canais adequados para isso, como o Conselho de Segurança da ONU, e por meio de pronunciamentos oficiais", disse Bolsonaro no Twitter.

Resistência da Ucrânia mata mais de mil soldados russos:

"Volto a afirmar que eu e meu governo estamos focados em garantir a segurança do nosso país, proteger os interesse do nosso povo, auxiliar os cidadãos brasileiros que se encontram nas regiões conflagradas e contribuir para uma resolução pacífica do conflito", acrescentou, ao concluir o fio de postagens.

Na sexta-feira, 25, o Brasil votou no Conselho de Segurança da ONU a favor de projeto de resolução para condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Um dia antes, no entanto, o presidente havia criticado o vice-presidente Hamilton Mourão por ter falado contra a invasão e afirmou na ocasião que apenas ele poderia falar sobre esse assunto no Brasil.

Na semana passada, Bolsonaro se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou e chegou a se dizer "solidário à Rússia", num momento em que as tensões na região já eram crescentes.

Depois, mesmo após ajustar a declaração afirmando que era solidário a todos os países que buscam a paz, a declaração inicial de Bolsonaro foi duramente criticada pelos Estados Unidos.

(Edição de Alberto Alerigi Jr.)

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