Bombardeio russo atrapalha tentativas de ajudar moradores sitiados em Mariupol
O bombardeio russo contra Mariupol evitou nesta quinta-feira que um comboio humanitário chegasse à cidade ucraniana sitiada, disseram autoridades locais, e prejudicou esperanças de retirar civis que estão impedidos de sair do local e cada vez mais desesperados por suprimentos.
Moradores estão há mais de uma semana se protegendo dos ataques, sem energia elétrica ou água, na cidade portuária no Mar Negro de mais de 400.000 pessoas, e as tentativas de acertar um cessar-fogo local e uma passagem segura para fora de lá falharam várias vezes.
E parece que outro "corredor humanitário" também não deu certo nesta quinta-feira, um dia depois de um bombardeio contra um hospital na cidade que, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, matou dois adultos e uma criança.
"As bombas estão atingindo casas", disse a câmara municipal de Mariupol em uma mensagem online publicada no momento em que diplomatas ucranianos e russos negociavam na Turquia. A câmara disse que uma universidade e um teatro também foram atingidos, mas não informou números de mortos.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, nega estar mirando civis.
Pedro Andrushenko, assessor do prefeito de Mariupol, disse à Reuters que aviões russos estão tentando atingir rotas que auxílios humanitários tentam usar para entrar na cidade, e pelas quais os ônibus estão sendo preparados para retirar as pessoas.
"Tentamos e tentamos e tentamos, mas não tenho certeza se será possível hoje --ou nos outros dias", disse, por telefone.
"Os ataques aéreos começaram de manhã. Ataque aéreo atrás de ataque aéreo. Todo o centro histórico está sendo bombardeado."
O bombardeio, diz, continuou "sem intervalos, sem pausas", atacando casas e prédios em rotas de retiradas de pessoas.
"Eles querem apagar nossa cidade, apagar nosso povo. Eles querem interromper qualquer retirada", disse.