Boris Johnson diz que comentários que fez sobre embaixador nos EUA influenciaram renúncia
Boris Johnson, favorito para se tornar o próximo primeiro-ministro britânico, negou ser o responsável pela renúncia do embaixador do Reino Unido para Washington, mas admitiu que seus comentários influenciaram na saída repentina de um dos principais diplomatas do país.
O ex-prefeito de Londres tem sido criticado por parlamentares de seu próprio partido e pela oposição porque não defendeu Kim Darroch após Donald Trump ter atacado o enviado pelo vazamento de comentários que descreviam o governo dos Estados Unidos como inepto.
Darroch renunciou após dias de críticas ferozes do presidente dos Estados Unidos no Twitter. Uma fonte diplomática disse à Reuters que a falta de apoio de Johnson durante um debate na tevê com seu rival para o cargo de primeiro-ministro, o atual ministro de Relações Exteriores Jeremy Hunt, teria sido um fator para a renúncia.
Johnson disse que Darroch não assistiu ao debate, mas que havia ouvido um relato impreciso sobre o que foi dito. Ele afirmou que não defendeu mais o embaixador porque ele não acreditava que funcionários do governo deveriam ser arrastados em disputas políticas.
"(Darroch) disse que o que alguém havia dito a ele certamente teria sido um fator na renúncia", afirmou Johnson em uma entrevista ao canal de televisão BBC. "Eu acho que, infelizmente, o que eu disse no debate, foi mal representado a Kim."
Johnson se recusou a apoiar diretamente Darroch durante o debate na tevê na terça-feira, o que provocou críticas de colegas do Partido Conservador por ter jogado o embaixador "embaixo de um ônibus" para melhorar seus laços com Trump.
Em um certo ponto, ele cutucou Hunt, perguntando quanto tempo ele manteria Darroch no cargo depois de prometer mantê-lo.