Boris Johnson renuncia ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido
Líder conservador não resistiu a pressão após uma série de escândalos no governo
Boris Johnson renunciou ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido. O líder conversador não resistiu após uma série de escândalos que levou à demissão de mais de 50 integrantes do governo nas últimas 48 horas. Ele vai continuar no cargo até que o partido escolha o seu sucessor para o posto.
"É claramente a vontade do Partido Conservador que deve haver um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro", afirmou em pronunciamento em frente à sede do governo, no número 10 de Downing Street, em Londres.
Durante o discurso, Boris Johnson agradeceu a confiança dos britânicos e chamou o cargo de "melhor emprego do mundo". Ele se mostrou triste e arrependido por ter que deixar o posto de primeiro-ministro do Reino Unidos.
Os principais veículos de comunicação britânicos já davam como certa a renúncia do premiê na manhã desta quinta. Jornais como The Guardian, The Times, The Independent e The Telegraph, além da rede britânica BBC, amanheceram nesta quinta afirmando que a queda era inevitável.
Meses de descontentamento com o julgamento e a ética de Johnson dentro do Partido Conservador do governo explodiram com as renúncias, que começaram a acontecer poucas horas depois de o primeiro-ministro apresentar novas desculpas ao admitir que cometeu um "erro" por ter nomeado para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um conservador que renunciou na semana passada e reconheceu que apalpou, quando estava embriagado, dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres.
Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira que o primeiro-ministro havia sido informado em 2019 sobre acusações anteriores contra Pincher mas havia "esquecido".
A isso se soma o fato de que, nos últimos meses, Johnson foi multado pela polícia e criticado pelo relatório de uma investigadora que aponta desrespeito às restrições contra a covid-19 impostas a outros, o escândalo que ficou conhecido como "Partygate".
*Com informações do Estadão Conteúdo.