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Brasil e Venezuela são eleitos para Conselho de Direitos Humanos da ONU

17 out 2019 - 15h40
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O Brasil e a Venezuela foram eleitos para o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quinta-feira, em uma votação secreta da Assembleia Geral de 193 membros.

Reunião da Comissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra
06/03/2019
REUTERS/Denis Balibouse
Reunião da Comissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra 06/03/2019 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

Os venezuelanos receberam 105 votos, apesar de uma pressão contrária intensa dos Estados Unidos e de grupos de direitos humanos e da inclusão tardia da Costa Rica como concorrente. A Costa Rica recebeu 96 votos, mesmo só tendo entrado no páreo neste mês, quando o presidente Carlos Alvarado Quesada declarou que "o regime venezuelano não é o candidato adequado".

Os dois países e o Brasil disputavam duas das 47 vagas do Conselho de Direitos Humanos a serem ocupadas a partir de 1º de janeiro. O Brasil foi reeleito para um segundo mandato de três anos com 153 votos -- os membros só podem servir dois mandatos consecutivos.

"É com imensa satisfação que recebi essa notícia. O nosso país tem muito a acrescentar, além de defender com garra a promoção dos direitos humanos, a defesa da família e a valorização da vida e princípios éticos", afirmou a ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humano, em comunicado.

Segundo o ministério, mais de 980 entidades de defesa dos direitos humanos da América Latina apoiaram a candidatura do Brasil, entre elas 34 instituições indígenas.

Já a eleição da Venezuela ocorreu apesar de o EUA estarem há meses tentando depor o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cujo governo enfrenta um colapso econômico e é acusado de corrupção, de violação de direitos humanos e de fraudar a eleição presidencial de 2018.

"Teremos que medir o impacto desta vitória nos próximos dias, mas achamos que é histórica, dado que enfrentamos uma campanha feroz", disse o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, na televisão estatal de seu país após a votação.

Os EUA apoiam o líder opositor venezuelano Juan Guaidó, que invocou  a Constituição em janeiro para reivindicar uma presidência interina.

Mais de 50 países reconheceram Guaidó como o líder legítimo do país-membro da Opep, inclusive o Brasil.

Maduro o classifica como um fantoche dos EUA que tenta depô-lo. Em agosto, os EUA congelaram ativos do governo venezuelano e proibiram qualquer transação com ele.

"A eleição imerecida e apertada da Venezuela ao Conselho de Direitos Humanos da ONU é um tapa na cara das incontáveis vítimas do país que foram torturadas e assassinadas por forças do governo", disse Philippe Bolopion, vice-diretor da Human Rights Watch.

Em abril, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, pediu à ONU que revogasse as credenciais do governo Maduro na entidade, mas Washington não adotou mais nenhuma ação para impulsionar a medida e diplomatas disseram que é improvável que ela angarie o apoio que necessita na Assembleia Geral.

Os EUA se retiraram do conselho sediado em Genebra em 2018, no meio de um mandato de três anos, devido ao que qualificaram como um viés crônico contra Israel e a falta de reformas.

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