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Brasileira é agredida em Portugal e pede proteção à polícia: 'Estou tremendo até agora'

De acordo com ela, a agressão ocorreu por xenofobia; vítima foi registrar boletim de ocorrência ao lado do advogado

25 set 2024 - 17h47
(atualizado às 18h17)
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Manifestação na Casa Odara após episódio de xenofobia e agressão
Manifestação na Casa Odara após episódio de xenofobia e agressão
Foto: Reprodução/Casa Odara

A brasileira Maria Gabriela de Carvalho Ribeiro Alves, pesquisadora e curadora da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, pediu proteção à polícia de Portugal após ser agredida. Ela afirma que foi vítima de xenofobia. As informações são do blog Portugal Giro, do jornal O Globo

A vítima trabalha com a curadoria de eventos na Casa Odara, centro cultural e de apoio a imigrantes no Porto, e relatou ao blog que foi golpeada por trás por um homem.

"Fui agredida por trás com um golpe na nuca. Pisotearam minha mão e atingiram minhas costelas enquanto estava caída no chão. Estou tremendo até agora", relatou ela que foi registrar boletim de ocorrência ao lado do advogado, Diego Bove, e do colega de trabalho, Jhon Kennedy, que ainda teme que ocorram novas agressões no local. 

"A gente tenta mobilizar as pessoas para ficarem aqui na Casa nesta semana. E pedi medida de proteção para a polícia. Estes homens não queriam ser filmados porque têm histórico de violência", acrescentou a brasileira. 

Diego Bove relatou que, após registrar a queixa, a delegacia encaminhou o caso para exames no Instituto Médico-Legal. A decisão sobre proteção poderá ser tomada pela polícia, que já identificou os agressores e concluirá a investigação, ou pelo Ministério Público.

"A conclusão de que houve crime é clara, há muitos vídeos, e tudo foi resolvido de forma muito rápida hoje na delegacia. Outra alternativa é enviar uma petição a um juiz criminal, e o Ministério Público assume o caso. Eu atuo como assistente de acusação e posso solicitar proteção, o que certamente vou fazer", afirmou Bove.

Após o ocorrido, foi realizada nesta quarta-feira, 25, uma manifestação contra a xenofobia em frente à Casa Odara. Gabi mencionou que os trabalhadores brasileiros estão assustados após receberem informações sobre possíveis ligações dos agressores com grupos de extrema-direita.

"A Casa Odara não está segura, ninguém está seguro, porque não é um caso isolado. Sabemos que há pessoas se mobilizando contra imigrantes em Portugal e recebemos relatos de possíveis vínculos com organizações extremistas", contou a brasileira ao blog. 

Ela também mencionou que as pessoas presentes no momento da agressão apenas a retiraram do local, sem tentar impedir os agressores. "Eles estão sempre aqui na rua. Estavam de olho na gente há algum tempo e fazem ameaças à Casa Odara no vídeo. Perguntei se iriam bater em mulher e isso não impediu. Eu, mulher branca, em plena luz do dia, ser agredida assim". 

Jhon compartilhou uma série de stories em seu Instagram, descrevendo as ameaças recebidas pela Casa Odara. "Achei interessante vir contextualizar. Porque é sobre a existência não só minha e da Gabi, mas da Casa Odara e o que representa. Fica nítido no vídeo a ameaça sobre a existência da Casa Odara. Ele disse com todas as letras que sabia quem era a gente e que a casa era ilegal. Gabi está desestabilizada. Foi uma descarga do que pensam da nossa existência ali", relatou. 

Fonte: Redação Terra
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