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Brasileira que trabalhava como babá nos EUA é presa suspeita de matar homem a tiros

Segundo a polícia local, crime ocorreu na casa onde brasileira trabalhava cuidando de uma criança; família dela fala em legítima defesa

22 out 2023 - 18h02
(atualizado em 23/10/2023 às 18h09)
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Juliana Peres Magalhães
Juliana Peres Magalhães
Foto: Reprodução/Fairfax County Police Department

Uma brasileira de 23 anos que trabalhava como au pair nos Estados Unidos foi presa na última quinta-feira, 19, no condado de Fairfax, em Virgínia, por suspeita de matar um homem a tiros na luxuosa mansão em que trabalhava. As informações são da Folha de São Paulo. Ao jornal, a família da jovem afirmou que ela alegou ter agido em legítima defesa. 

Juliana Peres Magalhães cuidava de uma criança e morava na casa dos pais da menina, um casal americano. Quando ocorreu o crime, em fevereiro deste ano, um homem, identificado como Joseph Ryan, 39, teria invadido o imóvel e, depois, a polícia o encontrou morto. Ela é suspeita pela morte desse homem, segundo informou o Departamento de Polícia do Condado de Fairfax.

Além de Joseph Ryan, outra vítima, Christine Banfield, de 37 anos, mãe da criança que Juliana cuidava, também foi encontrada morta no local. No entanto, ela não é suspeita pela morte da mulher. 

Apesar do caso ter ocorrido em fevereiro, a conclusão da investigação ocorreu apenas na última quinta-feira. Até o momento, os detalhes precisos do dia do crime ainda não foram divulgados.

Segundo informações oficiais divulgadas pela polícia, Juliana foi presa sob acusações de homicídio doloso relacionado a Joseph Ryan. Ela está atualmente detida no Centro de Detenção de Adultos do condado, sem direito a fiança, e o agendamento de um julgamento ainda não foi confirmado.

A Folha de São Paulo tentou entrar em contato com o advogado da brasileira, Ryan Campbell, mas não obteve resposta. De acordo com a nota oficial da polícia, o caso foi comunicado aos agentes por volta das 7h53 do dia 24 de fevereiro, mas a chamada foi interrompida abruptamente. Segundo as autoridades, a chamada foi feita pelo celular Juliana.

Em uma segunda ligação, aproximadamente 13 minutos depois, a jovem informou ao atendente policial que sua amiga havia sido ferida. Nesse momento, Brendan Banfield, marido de Christine, assumiu a ligação e relatou que havia encontrado sua esposa "no quarto, ferida por facadas", e que ele "atirou em Ryan".

A polícia respondeu prontamente à chamada, chegando à residência localizada em um bairro de alto padrão em Reston, estimada em cerca de US$ 1 milhão. No local, Joseph Ryan já havia falecido, e Christine Banfield foi encaminhada a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e também veio a óbito. A filha do casal, de 4 anos de idade, estava presente na residência no momento do ocorrido, mas não sofreu ferimentos.

Conforme as informações da investigação oficial, Juliana foi identificada como a autora de múltiplos disparos no tórax de Joseph Ryan, embora não tenha sido considerada responsável pela morte de Christine Banfield. A causa da morte da mulher ainda está sob investigação, mas as autoridades têm certeza de que Christine e Ryan tinham algum tipo de relação prévia, já que não foram encontrados sinais de arrombamento na residência. O marido de Christine, Brendan Banfield, recusou-se a prestar depoimento à polícia.

Marina Peres Souza, mãe de Juliana, conversou com a Folha por telefone e afirmou estar muito preocupada com a situação de sua filha. Segundo ela, Juliana mora nos Estados Unidos há dois anos, onde trabalhava como babá (au pair) enquanto realizava um intercâmbio. Até o momento, Marina não conseguiu contato com o advogado de sua filha e não foi contatada pelo governo brasileiro ou pelo Itamaraty para prestar apoio.

Marina relatou que sua filha informou que, no dia do ocorrido, viu Joseph Ryan entrar na residência ao retornar do trabalho. Assustada, ela ligou para Brendan e informou sobre a invasão. Quando ambos entraram na casa, encontraram Christine ferida, desencadeando um confronto entre Ryan, Juliana Magalhães e Brendan Banfield. Juliana alegou que disparou em legítima defesa, tanto para proteger a si mesma quanto para proteger a família.

Embora a mãe de Juliana tenha sido informada pela filha que o caso havia sido encerrado aproximadamente três meses atrás, a polícia tomou medidas para a prisão da jovem antes do seu trabalho na última quinta-feira. Atualmente, Marina não tem notícias de sua filha e aguarda o desenrolar da situação.

Segundo o portal de notícias NBC Washington, Brendan Banfield é um agente do FBI e se recusou a depor à polícia, embora tenha confirmado que não atirou em Joseph Ryan, contradizendo sua versão inicial na chamada ao 911.

Marina enfatizou à Folha que sua filha estava planejando retornar ao Brasil, embora seu visto tenha expirado há duas semanas, ela havia solicitado a renovação do mesmo. Ela lamentou os boatos difamatórios sobre Juliana e afirmou que a filha não faria mal a ninguém. A família afirma esperar que que todo o caso seja esclarecido em breve.

Procurado pelo Terra, o Itamaraty, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Washington, informou que permanece à disposição para prestar a assistência consular cabível à nacional e a seus familiares.

"Em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros", acrescentou.

Fonte: Redação Terra
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