Brasileiro que matou amigo por medo de ser ‘devorado’ pesquisou se existia pena de morte na Holanda
Justiça holandesa determinou a internação compulsória de Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, diagnosticado com esquizofrenia
O brasileiro Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, que assassinou Alan Lopes, de 21, acreditando que a vítima era canibal e que queria matá-lo e depois comê-lo, pesquisou se existia pena de morte na Holanda um dia antes de cometer o crime, ocorrido em fevereiro do ano passado.
Na quinta-feira, 8, a Justiça da Holanda determinou que Begoleã passe por uma internação compulsória para tratamento psiquiátrico, após a perícia concluir que ele é esquizofrênico e desenvolveu um tipo de delírio paranóico.
A Justiça holandesa concluiu que Begoleã premediou o crime após desenvolver um delírio paranoico em relação à vítima. "Ele estava convencido de que seria comido pela vítima (...) Naquele dia ele foi até a vítima ‘para resolver’ e naquela noite ameaçou a vítima de morte", afirmou o órgao.
No tribunal, uma testemunha relatou ter ouvido o brasileiro expressar, antes do assassinato o seu desejo de matar Alan Lopes. A família da vítima chegou a falar durante o julgamento.
"Begoleã, você não tirou só a vida do Alan, meu filho. Mas você também matou minha nora, meus netos, e toda uma geração (...). Você nos destruiu de uma forma irreparável. E, mesmo com o meu coração dilacerado, não existe nele lugar para o ódio. Aprendi que o caminho para ter paz é o perdão. Por isso eu o perdoei. Eu espero que meu perdão possa trazer um pouco de paz para o seu coração, disse Antônia Lima, mãe de Alan Lopes.
Relembre o caso
No final de fevereiro, Begoleã foi preso no Aeroporto de Lisboa, em Portugal, transportando carne de origem suspeita. Ele era procurado pela morte de Alan Lopes, de 21 anos, na Holanda.
O brasileiro viajou de Amsterdã para Portugal, onde faria conexão para Belo Horizonte, mas acabou preso pela polícia sob suspeita de homicídio e de canibalismo. Begoleã chamou a atenção dos agentes portugueses por usar um passaporte holandês vencido e documento de identidade falsificado. Em sua mala também foram encontradas roupas com vestígios de sangue, um aparelho telefônico e pedaços de carne embalados em plástico.
Ao ser detido no Aeroporto de Lisboa, o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) encontrou também um mandado de captura e extradição contra ele sob a suspeita do crime contra Alan.