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Brasileiros precisam sair "o mais rápido possível" de Gaza, diz embaixador do Brasil na Palestina

Alessandro Candeas afirmou que "as perspectivas são de rápida degradação das condições de vida e segurança" na região

30 out 2023 - 11h42
(atualizado às 12h33)
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Fumaça emerge em Gaza após ataque de Israel, vista do sul de Israel (24/10/2023 )
Fumaça emerge em Gaza após ataque de Israel, vista do sul de Israel (24/10/2023 )
Foto: Reprodução/REUTERS/Violeta Santos Moura

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirmou nesta segunda-feira, 30, que os brasileiros na Faixa de Gaza precisam "ser autorizados a sair o mais rápido possível" da região.

Segundo o embaixador, as condições de vida e segurança na região podem se deteriorar rapidamente.

"Aguardamos, há 3 semanas, a abertura da fronteira entre Gaza e Egito para poder transportar os brasileiros até o Cairo, de onde tomarão o voo da FAB. Enquanto aguardamos, e a espera é demasiadamente longa e preocupante, estamos lutando para que os brasileiros não sejam afetados pela catástrofe humanitária que assola Gaza. As perspectivas são de rápida degradação das condições de vida e segurança", disse em mensagem enviada à imprensa.

Candeas comunicou que a equipe diplomática está alugando casas para abrigar os brasileiros, com objetivo de protegê-los dos ataques aéreos. O embaixador também informou que o governo federal está enviando recursos para que os brasileiros consigam comprar alimentos, água, gás e medicamentos.

"A questão está sendo tratada no nível político máximo. A plena abertura de um corredor humanitário pela ONU deve contribuir. Há centenas de estrangeiros na mesma situação dos brasileiros", completou Candeas.

Trinta e quatro civis permanecem aguardando a abertura da fronteira. Entre eles, estão 24 brasileiros e 9 palestinos.

A aeronave VC-2 (Embraer 190), pertencente à Presidência da República, permanece em Cairo, no Egito, aguardando a chegada desses brasileiros para iniciar o processo de repatriação ao Brasil.

Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:

  • Desde o início do conflito, mais de 8.005 palestinos morreram, sendo 3.595 crianças e 2.062 mulheres, e mais de 20 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 311 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
  • Estima-se que 239 pessoas, a maioria israelenses, foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza; apenas 4 já foram libertadas; o número exato de capturados, no entanto, já sofreu alterações desde o início dos conflitos; as autoridades israelenses falam em 40 desaparecidas, além dos 239 reféns;
  • Em 22 dias de conflito cerca de 45% das residências de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruídas e mais de 1.4 milhão de palestinos foram deslocados de suas casas, para outras partes de Gaza, após ordem de evacuação de Israel;
  • No  21.º dia do conflito entre Israel e Hamas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram os bombardeios à Gaza, e cortaram o acesso à internet e telefonia dos palestinos. A Faixa de Gaza, que já estava sem energia elétrica, sem combustível e praticamente sem água potável, ficou também incomunicável;
  • Após semanas anunciando uma possível invasão terrestre à Gaza, no dia 28 de outubro, Netanyahu deu aval para operação terrestre e ataques se intensificaram;
  • No dia 27 de outubro, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução que pede pausa humanitária em Gaza; o Representante palestino na ONU já havia pedido um cessar-fogo imediato; já no Conselho de Segurança da ONU os textos do Brasil, Rússia e EUA foram vetados; a proposta brasileira recebeu um único veto de um membro-permanente, dos EUA;  
  • Desde o início dos bombardeios, entidades de Direitos Humanos e a ONU alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos chegaram a usar carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
  • Ajuda humanitária começou a chegar a Gaza apenas no dia 20 de outubro, 13 dias após o início do conflito;
  • Em 17 de outubro, o bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou; já no dia 19, a terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada;
  • Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel, o que resultou em mais de 1.200 mortos; Benjamin Netanyahu, que já adotava política que incentivava a expropriação de terras palestinas na Cisjordânia, onde o Hamas não tem controle,  declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo, iniciando uma nova onda de ataques à Gaza;
  • O que é o Hamas? O Hamas é organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
  • O que é o cerco à Gaza? A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
  • Estado Palestino: os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948 quando o estado de Israel foi fundado. 
Fonte: Redação Terra
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