Casos locais de coronavírus caem na China, importados aumentam
A China continental não relatou nenhum caso de coronavírus transmitido localmente pela sexta vez em oito dias, e a província de Hubei, onde o vírus foi detectado pela primeira vez, abriu suas fronteiras, mas os casos importados aumentaram e medida o governo intensifica os controles para evitar um ressurgimento das infecções.
Todos os 67 casos novos relatados até o final de quarta-feira foram importados, e todos os 47 comunicados no dia anterior idem, disse a Comissão Nacional de Saúde em um comunicado emitido nesta quinta-feira.
O número total de casos está em 81.285 no momento.
A comissão relatou um total de 3.287 mortes ao final de quarta-feira, seis a mais do que no dia anterior.
Hubei, que tem cerca de 60 milhões de habitantes, não relatou nenhum caso novo na quarta-feira e abriu suas fronteiras. O transporte público foi reativado e os moradores de Xianning, uma cidade da província, circularam pelas ruas usando máscaras.
Eles também fizeram compras do em comércios locais de frutas e vegetais, e cabeleireiros e lojas de conserto de bicicletas também abriram. Um grupo de mulheres se sentava diante de uma loja fechada, brincando com gêmeos de 2 anos protegidos por máscaras.
"A suspensão da interdição é boa e ruim", disse uma delas, que se identificou como Chen. "Muitas pessoas podem partir, mas isso também aumenta o risco. A situação em Hubei ficou muito grave, e me acostumei a ficar em casa nos últimos dois meses. É mais seguro assim."
A interdição de Wuhan, capital de Hubei onde o vírus surgiu no final do ano passado, será suspensa em 8 de abril, um marco na guerra da China contra a epidemia.
O índice de mortalidade de Wuhan chegou perto de 5%, disse Qiu Haibo, especialista médico de uma comissão liderada pelo governo central, de acordo com o estatal Diário do Povo desta quinta-feira.
Cerca de 90% de todos os casos importados são portadores de passaportes chineses, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Luo Zhaohui, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, acrescentando que 40% deles são estudantes chineses que voltaram para casa em meio ao crescimento das infecções no exterior.
"Entendemos que alguns estudantes no exterior estão ansiosos para voltar para casa... mas nas circunstâncias atuais, ao ficarem onde estão eles podem evitar uma infecção cruzada na volta apressada para casa ou ficarem retidos no meio da jornada quando os países por onde transitam endurecem os controles fronteiriços", explicou Luo.