Catalunha vê aumento do desemprego em meio a crise política
O índice de desemprego aumentou consideravelmente na Catalunha em outubro, mostraram dados divulgados nesta sexta-feira (3) - mais pessoas passaram a se identificar como desempregadas na região do que em qualquer outro local da Espanha, e empresas estão se mudando devido à pior crise política do país em décadas.
Quase duas mil companhias transferiram suas sedes legais para fora da Catalunha no mês passado, quando ocorreu um referendo de independência proibido por Madri, o que levou o governo central a demitir autoridades catalãs e assumir o controle.
O número de espanhóis registrados como desempregados subiu um terço pelo terceiro mês seguido, chegando a 1,67 por cento em outubro quando comparado ao mês anterior, ou 56.844 pessoas, o que totalizou 3,47 milhões de pessoas sem trabalho, como revelaram dados do Ministério do Trabalho.
A Catalunha viu o desemprego aumentar em 3,67 por cento, ou em 14.698 pessoas, a maior perda de vagas entre todas as regiões, enquanto a região de Madri só teve um aumento de 0,08 por cento no desemprego.
Na quinta-feira o Banco da Espanha alertou que a incerteza causada pela iniciativa separatista, caso persista, pode provocar um crescimento econômico mais lento e uma criação de empregos menor nos próximos meses.
Outubro muitas vezes testemunha uma continuação no desemprego crescente porque o setor turístico dispensa trabalhadores temporários de hotéis e restaurantes depois do verão regional.
O índice de desempregados subiu mais no setor de serviços e teve um aumento mensal de 2,2 por cento, ou 50.885 pessoas, seguido pela da agricultura, que viu o fim das colheitas de verão e um recuo de 5,83 por cento, ou 9.194 pessoas.
Na Espanha, o número de trabalhadores que contribuem para o sistema de segurança social aumentou em 94.368 pessoas, chegando a 18,43 milhões de contribuintes, disse o ministério.
Em termos sazonais ajustados, a taxa de desemprego do país recuou em 23.690 pessoas em outubro quando comparado ao mês anterior.
A taxa, extraída de uma pesquisa ampla da força de trabalho e considerada uma representação mais precisa dos desempregados espanhóis do que a cifra mensal, atingiu seu menor valor desde o terceiro trimestre de 2008, 16,38 por cento.