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'Cessar-fogo em Gaza é temporário', diz Netanyahu

Premiê afirmou que Israel se reserva direito de 'voltar à guerra'

18 jan 2025 - 15h52
(atualizado às 18h14)
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Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel
Foto: Eduardo Munoz / Reuters

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso em rede nacional de televisão neste sábado, 18,  e disse que o cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza é "temporário".

A declaração chega poucas horas antes da entrada em vigor do acordo, prevista para às 8h30 (horário local) deste domingo,19. A primeira etapa da trégua vai durar 42 dias e prevê a libertação de 33 reféns israelenses pelo Hamas e de quase 1,9 mil prisioneiros palestinos por Israel, segundo o governo do Egito, que serviu de mediador nas negociações.

"O cessar-fogo aprovado é temporário. Nós nos reservamos o direito de voltar à guerra", disse Netanyahu. A previsão é de que as negociações para a segunda fase do acordo comecem no 16º dia de trégua, mas, de acordo com o premiê, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o sucessor Donald Trump garantiram que o conflito será retomado se as tratativas fracassarem.

"Vamos devolver todos os reféns para casa e alcançaremos todos os objetivos elencados", assegurou o primeiro-ministro.

Das 251 pessoas sequestradas pelo Hamas nos atentados de 7 de outubro de 2023, 94 ainda estão em Gaza, porém o Exército acredita que 34 estão mortas.

"Gaza não representará mais uma ameaça a Israel", salientou Netanyahu. Ainda segundo o premiê, o Exército israelense reforçará a presença militar no Corredor Filadélfia, faixa estratégica no sul do enclave palestino, na fronteira com o Egito, e vai se retirar completamente da zona somente se o acordo avançar para a fase dois.

Esse é o primeiro discurso de Netanyahu desde a aprovação do acordo pelo governo, na madrugada deste sábado, decisão contestada por partidos de extrema direita, como o Otzma Yehudit (Poder Judeu), que entregará seus três ministérios após a entrada em vigor do cessar-fogo.

O gabinete de Netanyahu também ameaça paralisar o acordo se o Hamas não divulgar os nomes dos reféns que serão libertados - espera-se que três mulheres civis sejam as primeiras.

A guerra foi deflagrada em 7 de outubro de 2023, após o grupo fundamentalista assassinar 1,2 mil israelenses em atentados sem precedentes no país judeu. Desde então, a resposta de Israel já fez quase 47 mil vítimas na Faixa de Gaza. 

Ansa - Brasil
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