Chefe da OMS promete rever reação ao coronavírus; China defende seu desempenho
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira que uma avaliação independente da reação global ao coronavírus será iniciada assim que possível, e a China apoiou a iniciativa.
O diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus fez a promessa durante uma reunião virtual do órgão decisório da OMS, a Assembleia Mundial da Saúde, durante a qual o presidente chinês, Xi Jinping, defendeu a maneira como seu país lidou com a crise.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem questionado duramente o desempenho da OMS durante a pandemia e lidera as críticas internacionais à maneira como a China procedeu nos estágios iniciais da crise.
Tedros, que sempre prometeu uma revisão pós-pandemia, disse que ela virá "no momento apropriado mais próximo" e que oferecerá recomendações para uma prontidão futura.
"Todos nós temos lições a aprender com a pandemia. Cada país e cada organização precisa examinar sua reação e aprender com sua experiência. A OMS está comprometida com a transparência, a responsabilização e a melhoria contínua", afirmou Tedros.
A avaliação precisa contemplar a responsabilidade de "todos os elementos de boa fé".
"O risco continua alto, e temos um caminho longo para percorrer", acrescentou ele, dizendo que exames preliminares em alguns países mostraram que no máximo 20% das populações contraíram a doença, e 10% na maioria dos lugares.
Uma resolução esboçada pela União Europeia pediu uma avaliação independente do desempenho da OMS e pareceu ter obtido um apoio consensual dos 194 Estados da entidade.
Anteriormente, a China se opôs aos pedidos de avaliação sobre a origem e a disseminação do coronavírus, mas Xi sinalizou que Pequim seria receptiva a uma avaliação imparcial da reação global assim que a pandemia estiver sob controle.
"Este trabalho precisa de uma atitude científica e profissional, e precisa ser liderado pela OMS. E os princípios de objetividade e justiça precisam ser observados", disse ele por videoconferência.
Qualificando a pandemia como a emergência global de saúde pública mais séria desde a Segunda Guerra Mundial, Xi disse: "Durante todo o tempo, agimos com abertura, transparência e responsabilidade".
O esboço da resolução da UE não mencionou a China, mas exortou Tedros a iniciar uma "avaliação imparcial, independente e abrangente" da reação à Covid-19 sob o comando da OMS "no momento apropriado mais próximo".