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Chefe da ONU pede que UE aumente para 55% o corte de emissões até 2030

15 jun 2019 - 14h41
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo à União Europeia para que adote como meta um corte de 55% nas emissões de gases do efeito estufa até 2030, taxa bem acima do atual alvo do bloco, de redução de 40%.

Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres. 30/5/2019. REUTERS/Thilo Schmuelgen
Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres. 30/5/2019. REUTERS/Thilo Schmuelgen
Foto: Reuters

Em carta antes de um encontro de cúpula da UE, endereçada ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tursk, à qual a Reuters teve acesso, Guterres diz que o maior bloco econômico do mundo deve liderar pelo exemplo para evitar os piores efeitos do aquecimento global e limitar o aumento de temperatura a 1,5 grau Celsius.

A reunião da próxima semana entre os 28 chefes de Estado da UE é a última antes de negociações do clima, em setembro.

"Conto com vocês, mais uma vez, para demonstrarem a liderança da União Europeia", disse Guterres na carta para Tusk.

Um anúncio "na direção de uma meta de 55% de redução nas emissões enviaria uma poderosa mensagem", disse ele, pedindo aos líderes que abandonem paulatinamente o uso de carvão e não aprovem a construção de novas termelétricas para além de 2020.

Apesar do impulso de oito países, liderados pelos franceses, por atitudes mais ambiciosas em relação ao clima, sobretudo o esforço por neutralizar as emissões de carbono até 2050, uma minuta vazada do documento final do encontro não menciona um incremento nos compromissos do bloco sob o acordo climático de Paris, assinado em 2015.

Com Índia e China em busca de assumir o protagonismo nas negociações da ONU, após o presidente Donald Trump retirar os Estados Unidos do acordo de Paris, alguns diplomatas da UE temem que o bloco fique cada vez mais desprestigiado no pacto global.

Países europeus como a Polônia, que depende fortemente de termelétricas a carvão, e a Alemanha, com seu poderoso setor automotivo, têm barrado cortes mais profundos nas emissões, ao mesmo tempo que os "coletes amarelos" causaram estragos ao ímpeto da França sobre o assunto.

O crescimento das preocupações com o clima, porém, expresso em protestos por todo o continente, tem ajudado a robustecer os Verdes, que tiveram seu melhor desempenho histórico nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.

O Parlamento Europeu e o comissário europeu para o clima, Miguel Arias Cañete, querem que o bloco almeje a neutralização das emissões de carbono até 2050, alegando que a legislação aprovada desde o acordo de Paris já coloca o bloco no caminho para superar as atuais metas.

Mas ativistas dizem que as ações tomadas pela UE até agora ainda estão longe de serem consistentes com as mudanças que os cientistas dizem ser necessárias para evitar os piores cenários.

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