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Chefe de direitos humanos da ONU denuncia fome em cerco na Síria e exige acesso humanitário

27 out 2017 - 11h06
(atualizado às 11h51)
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A situação humanitária nos arredores sitiados do leste da cidade síria de Damasco é "um ultraje", e as partes do conflito devem permitir que alimentos e remédios cheguem a ao menos 350 mil sírios aprisionados, disse o alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, nesta sexta-feira.

Bebê de dois anos sofre com escassez de alimentos em Ghouta, na Síria  25/10/2017 REUTERS/Bassam Khabieh
Bebê de dois anos sofre com escassez de alimentos em Ghouta, na Síria 25/10/2017 REUTERS/Bassam Khabieh
Foto: Reuters

"As imagens chocantes do que parecem ser crianças gravemente subnutridas que emergiram nos últimos dias são uma indicação assustadora do sofrimento do povo em Ghouta Oriental, que agora está enfrentando uma emergência humanitária", disse Zeid em um comunicado.

O cerco cada vez maior deixou as pessoas à beira da fome no enclave rebelde, disseram moradores e agentes humanitários à Reuters. 

"Lembro todas as partes que provocar fome em civis de maneira deliberada como método de guerra constitui uma violação clara da lei humanitária internacional, e pode equivaler a um crime contra a humanidade e/ou um crime de guerra", alertou Zeid.          

Seu escritório tem uma lista de centenas de pessoas que precisam ser retiradas por motivos médicos, mas há relatos de que o governo impôs restrições severas a tais retiradas, o que levou à morte de vários civis, disse o comunicado da ONU.

Um comboio da ONU chegou à área sitiada pela última vez em 23 de setembro levando auxílio a 25 mil pessoas.

    Os preços dos alimentos dispararam desde que forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, assumiram o controle de vários bairros em maio e destruíram túneis que haviam sido usados para contrabandear comida para a área sitiada. Neste mês, elas fecharam o principal posto de verificação que dá acesso a Ghouta Oriental e impuseram um grande aumento nos impostos cobrados dos comerciantes.

Na semana passada, dois armazéns de alimentos foram saqueados, "um possível sinal de desespero crescente", segundo o comunicado da ONU.

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