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Chefe do Estado Maior limitou uso de armas nucleares por Trump

General Mark Milley tomou decisão após invasão ao Capitólio

14 set 2021 - 16h53
(atualizado às 17h05)
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O chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, general Mark Milley, limitou a capacidade do então presidente Donald Trump de ordenar um ataque militar "perigoso" ou fazer uma ação nuclear dois dias depois da invsão ao Capitólio, informam os jornalistas Bob Woodward e Robert Costa em um novo livro sobre o governo do republicano.

Mark Milley tomou medidas preventivas em caso de ataque de Trump
Mark Milley tomou medidas preventivas em caso de ataque de Trump
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A obra "Peril" será publicada no dia 21 de setembro e mostra a alta tensão entre as lideranças do governo após a invasão dos apoiadores de Trump, ocorrida em 6 de janeiro, e que deixou cinco mortes diretas.

Os dois autores escrevem que Milley, profundamente abalado pelo ataque, "acreditava que Trump tinha caído em um grave declínio mental após as eleições". "Quase maníaco, gritava com os diretores e construía uma realidade alternativa sobre as infinitas conspirações eleitorais", destacam afirmando que o general temia que o presidente "decidisse fazer algo da sua cabeça".

"Nunca se sabe qual é o ponto de virada de um presidente", teria dito Milley à sua equipe. Por isso, ele reuniu todos os seus comandados de maneira secreta em seu escritório no Pentágono para rever os procedimentos previstos em uma ação militar, incluindo o lançamento de ogivas nucleares. No encontro, determinou que nenhuma medida poderia ser tomada a menos que ele estivesse envolvido.

"Não importa o que disserem para vocês, sigam o procedimento. E eu sou parte do procedimento", disse aos presentes. Para cada um, Milley ainda pediu uma confirmação verbal do que tinha acabado de ordenar. Todos os militares envolvidos concordaram com a decisão.

Em outro campo de ação, Milley teria telefonado por duas vezes, de maneira que Trump não soubesse, para o general chinês Li Zuocheng, um dos principais líderes do Exército da China.

Em uma das conversas, em 30 de outubro de 2020, dias antes das eleições presidenciais de novembro, o norte-americano garantiu que "o governo norte-americano é estável" e "não atacaremos ou conduziremos operações contra vocês". O telefonema ocorreu após Li enviar um relatório para Milley em que demonstrava "grande preocupação" de um ataque militar de Trump.

Em outro momento da conversa, o general norte-americano se comprometeu que, caso algo mudasse, "eu vou ligar para o senhor antes, nada será uma surpresa".

Já no dia 8 de janeiro, dois dias após o ataque ao Capitólio, Milley ligou para Li e voltou a garantir que, apesar das falas e ameaças de Trump, o país "está 100% estável". "Está tudo bem, mas a democracia pode ter percalços às vezes", acrescentou. .

Ansa - Brasil
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