Chefe do FMI exorta países que transfiram subsídios a combustíveis fósseis para combate à mudança climática
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse nesta quarta-feira que os países precisam transferir cerca de 7 trilhões de dólares em subsídios anuais diretos e indiretos a combustíveis fósseis para ajudar a financiar a luta contra as mudanças climáticas.
Georgieva disse ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que o total de subsídios aos combustíveis fósseis inclui 1,3 trilhão de dólares em subsídios governamentais diretos, bem como subsídios indiretos que incluem a não fixação do preço das emissões de carbono, acrescentando que esse preço precisa ser fixado em 85 dólares por tonelada até 2030.
Fixar o preço do carbono em 25% dessa taxa geraria 800 bilhões de dólares em fundos que poderiam ser usados para reduzir as mudanças climáticas, enquanto uma taxa de 50% geraria 1,5 trilhão de dólares, disse ela durante um painel sobre o clima que também contou com a participação do presidente do Banco Mundial, Ajay Banga.
"Portanto, o que quero dizer é que vamos trazer recursos, tirando-os de onde eles prejudicam para colocá-los onde eles ajudam", afirmou Georgieva.
Ela acrescentou que o FMI estava incorporando metas de redução de emissões em suas discussões sobre políticas macroeconômicas com países de alta emissão e metas de adaptação climática com países vulneráveis.
Banga disse ao fórum que o mundo "não pode se dar ao luxo de ter mais uma série de décadas de crescimento com alto nível de emissões", e os líderes devem aumentar a urgência para encontrar maneiras de financiar fontes de energia limpa e abrir caminho para o investimento do capital privado.
Ele acrescentou que o Banco Mundial estava tomando medidas para mitigar o risco político, com o objetivo de aumentar as garantias de risco político para 20 bilhões de dólares por ano até 2030, dos atuais 6 bilhões de dólares a 7 bilhões de dólares.
A incerteza regulatória e os riscos cambiais também estão impedindo o investimento privado na transição energética em muitos países, e o Banco Mundial pode ajudar a absorver parte desse risco, disse ele.