China e Rússia têm visão parecida sobre EUA e Ucrânia, diz ministério russo
Os principais diplomatas da Rússia e da China notaram "proximidade" em suas posições em relação à opinião "antirrussa e antichinesa" dos Estados Unidos, e concordaram que qualquer tentativa de resolver a crise na Ucrânia precisa incluir Moscou, disse no começo desta terça-feira (segunda-feira no Brasil) o Ministério das Relações Exteriores russo.
Wang Yi, representante do presidente chinês, Xi Jinping, para negociações internacionais, está em Moscou para vários dias de reuniões com autoridades russas sobre segurança e política externa.
Ele chegou a Moscou após encontro, em Malta, com o conselheiro de segurança nacional norte-americano, Jake Sullivan, em conversas que a Casa Branca considerou "sinceras" e "construtivas".
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse, em comunicado publicado no Telegram, que "a proximidade nas posições das partes sobre as ações dos EUA na arena internacional, incluindo aquelas de natureza antirrussa e antichinesa, foi notada".
Os EUA e seus aliados têm dito que estão preocupados com o crescente alinhamento entre China e Rússia, que se fortaleceram após Moscou enviar milhares de soldados à Ucrânia em 2022, no que Washington e Kiev afirmam ser um ato de agressão não provocado.
Embora não tenham se comprometido com ajuda militar para defesa mútua e com o presidente russo, Vladimir Putin, buscando mais o apoio chinês do que o contrário, os dois países disseram que se aproximaram para contrabalancear a influência norte-americana nos assuntos globais.
As conversas de Wang com Lavrov incluem as preparações para a participação da Rússia no terceiro fórum Cinturão e Rota, em Pequim, em outubro, disse o ministério russo, sem confirmar se Putin participará do evento.
"As negociações ocorreram de forma confiável e construtiva, que é inerente ao diálogo russo-chinês", informou a pasta.
O ministério acrescentou que ambos conversaram "em detalhes" sobre a Ucrânia, "notando a futilidade das tentativas de resolver a crise sem levar em consideração os interesses e, especialmente, sem a participação da Rússia".