China garante que 'nunca interferiu' no Canal do Panamá
No entanto empresa de Hong Kong opera em dois portos locais
A China garantiu nesta quarta-feira (22) que "nunca interferiu" no Canal do Panamá, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar tomar a infraestrutura em seu discurso de posse.
"Concordamos com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, que a soberania e a independência do Panamá não são negociáveis e que o canal não está sob controle direto ou indireto de nenhuma grande potência", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.
Além disso, a representante do governo chinês também reforçou que o gigante asiático "não participa da gestão e do funcionamento do canal e nunca interferiu nos negócios locais".
Construído pelos americanos no início do século 20, o canal foi entregue completamente ao Panamá apenas em 1999. "O propósito de nosso acordo e o espírito de nosso tratado foram totalmente violados", afirmou Trump na última segunda-feira (20), acusando a China de controlar o local. "Vamos recuperá-lo", prometeu.
O Canal do Panamá, com pouco mais de 81 quilômetros de extensão, liga os oceanos Atlântico e Pacífico. A empresa chinesa Hutchison Ports, com sede em Hong Kong, opera os portos de Balboa e Cristóbal, situados em cada uma das extremidades da via, sob concessão. Após a ameaça de Trump, Mulino abriu uma auditoria para investigar a operação asiática na infraestrutura.
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