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China inicia Ano Novo Lunar com isolamentos; coronavírus chega na Europa

24 jan 2020 - 16h44
(atualizado às 20h32)
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Um novo coronavírus que matou 41 pessoas na China foi confirmado na Europa pela primeira vez na sexta-feira, conforma se espalha, apesar das tentativas chinesas de colocar em quarentena a cidade que está no centro do surto.

Membro da equipe médica do Hospital Central de Wuhan trata paciente
23/01/2020
Hospital Central de Wuhan via WEIBO/Divulgação via REUTERS
Membro da equipe médica do Hospital Central de Wuhan trata paciente 23/01/2020 Hospital Central de Wuhan via WEIBO/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

A China fechou a Disneylândia de Xangai e parte da Grande Muralha e suspendeu o transporte público em 10 cidades, na busca para conter o vírus, isolando milhões de pessoas no início do feriado do Ano Novo Lunar do país.

A França relatou dois casos na noite de sexta-feira, os primeiros descobertos na Europa. Segundo a Ministra da Saúde francesa, Agnes Buzyn, mais casos eram esperados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus uma "emergência na China", mas optou por não declarar uma emergência internacional.

"A disseminação do vírus não foi interrompida... As autoridades locais devem assumir mais responsabilidades e ter um senso de urgência mais forte", disse a emissora estatal CCTV.

O Ministério da Defesa informou que estava organizando especialistas médicos militares para ajudar a combater o vírus, mas não forneceu detalhes.

A maioria dos casos e todas as mortes ocorreram na China, mas também foram detectados casos na Tailândia, Vietnã, Cingapura, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Nepal e Estados Unidos, além da França.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA disse nesta sexta-feira que havia 63 pacientes sob investigação, com dois casos confirmados. O Reino Unido fez uma reunião de resposta a emergências.

Embora as autoridades de saúde se esforcem para dizer que é muito cedo para avaliar a gravidade do surto, o coronavírus recém-identificado disparou alarme porque é muito cedo para saber o quão perigoso é e com que facilidade se espalha.

Os sintomas incluem febre, dificuldade em respirar e tosse. A maioria das mortes ocorreu em idosos, muitos com condições pré-existentes, segundo a OMS.

Até quinta-feira, a Comissão Nacional de Saúde da China disse que havia 830 casos confirmados e 26 mortos. Após esses dados, já no sábado (horário local), o departamento de saúde da província de Hubei anunciou mais 15 mortes e 180 novos casos de coronavírus.

WUHAN ISOLADA

A maioria dos casos aconteceu em Wuhan, onde se acredita que o vírus tenha se originado em um mercado que comercializava ilegalmente animais silvestres. Pesquisas preliminares sugeriram que o vírus passou para seres humanos a partir de cobras.

A China aconselhou as pessoas a evitar multidões e 10 cidades na província central de Hubei, onde Wuhan está localizada, suspenderam algum transporte, informou o Hubei Daily.

As celebrações de uma semana para saudar o Ano do Rato começaram na sexta-feira, aumentando o temor de que a taxa de infecção possa acelerar, já que centenas de milhões de pessoas já viajaram para ver a família dentro do país e no exterior.

Wuhan, uma cidade de 11 milhões de habitantes, e a vizinha Huanggang, com 7 milhões, estavam em isolamento virtual. Quase todos os voos no aeroporto de Wuhan foram cancelados. Os aeroportos do mundo inteiro intensificaram a triagem de passageiros vindos da China.

Em Wuhan, as farmácias estavam ficando sem suprimentos e os hospitais foram inundados por moradores nervosos em busca de exames.

A cidade estava correndo para construir um hospital com 1.000 leitos até segunda-feira, informou o Changjiang Daily.

"Há tantas notícias, tantos dados, a cada 10 minutos há uma atualização, é assustador, especialmente para pessoas como nós em uma área severamente atingida", disse por telefone à Reuters a moradora da cidade Lily Jin, de 30 anos.

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