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China oficializa relaxamento das restrições de combate à covid-19 após protestos

Uma das medidas autoriza que infectados pela doença façam a quarentena em casa e não mais nos centros montados pelo governo

7 dez 2022 - 07h57
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Pedestres caminham em frente ao Banco do Povo da China, em Pequim
Pedestres caminham em frente ao Banco do Povo da China, em Pequim
Foto: Reuters

A China anunciou, nesta quarta-feira, 7, um relaxamento geral das restrições impostas em combate à covid-19, em vigor desde o início da pandemia. Entre as medidas está a autorização para que, em alguns casos, as pessoas infectadas com o coronavírus possam fazer a quarentena em casa e não mais em hospitais e centros de isolamento montados pelo governo chinês. Além disso, o país também deve aliviar a exigência de testes negativos para a doença.

Segundo as novas regras da Comissão Nacional de Saúde da China, "pessoas infectadas assintomáticas e casos leves, que tenham condições para isso, poderão se autoisolar em casa". Já os testes em massa obrigatórios serão restritos à áreas consideradas de "alto risco", como hospitais, asilos e escolas. As pessoas que se desloquem entre províncias também estarão dispensadas de apresentar teste de PCR negativo.

O anúncio ocorre após uma onda de protestos em cidades da China contra as regras rígidas impostas no combate à covid-19. As manifestações se espalharam e incluíram apelos por mais liberdade política, com alguns pedindo a renúncia do presidente Xi Jinping.

Os testes de covid-19 a que os residentes eram submetidos várias vezes por semana foi um dos aspectos mais controvertidos dos protocolos, além do isolamento de todos os infectados e dos seus contatos próximos, por vezes em centros de quarentena em situação precária e superlotados.

Entre as novas medidas, destaca-se também a proibição de "obstruir portas", prática que tem sido comum nestes anos na China em prédios com pessoas infectadas. Essa medida vinha causando protestos diante do perigo gerado pela obstrução. Um exemplo foi a morte de dez pessoas em um incêndio em um prédio residencial, no final de novembro.

Embora as autoridades neguem, a indignação desencadeou uma onda de protestos que se espalhou por todo o país. De acordo com os novos protocolos, a detecção de um caso positivo num domicílio não pode conduzir ao confinamento de todo o edifício ou bairro, mas limitar-se ao domicílio afetado.

A Comissão destaca ainda a necessidade de "acelerar a vacinação dos idosos", pedindo às localidades que aumentem a taxa de imunização desse grupo, um dos mais vulneráveis, mas também um dos que mais relutam em se vacinar no país asiático. O novo pacote de orientações estipula ainda que as aulas serão presenciais salvo detecção de casos na escola, bem como que as cantinas e centros desportivos dos estabelecimentos de ensino devem funcionar normalmente.

Horas antes de fazer o comunicado sobre o relaxamento, o governo divulgou novos números que mostram o impacto econômico da política de 'zero covid'. As importações e exportações chinesas caíram em novembro para níveis não vistos desde 2020, quando a pandemia paralisou o país. As importações caíram 10,6% em relação ao ano anterior até novembro, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas, enquanto as exportações despencaram 8,7% no mesmo período.

* Com informações da AFP e EFE

Estadão
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